COP26: Oikos quer «menos conversa e mais ação», incentivando à «solidariedade, transparência» e ambição

Organização vai representar Plataforma Portuguesa das ONGD em Glasgow

Lisboa, 29 out 2021 (Ecclesia) – A ‘Oikos – Cooperação e Desenvolvimento’ vai representar a Plataforma Portuguesa das ONGD em Glasgow (Escócia), na COP26, para pedir resultados “concretos, práticos e eficazes”.

“Uma COP26 produtiva significará um realinhamento global com as necessidades da humanidade e do planeta… Uma COP26 não produtiva e é melhor começarmos a fazer como os bilionários e a olhar com outros olhos para outros planetas”, alerta a organização, num comunicado enviado hoje à Agência ECCLESIA.

A 26.ª Conferência das Partes da Convenção-Quadro das Nações Unidas sobre Alterações Climáticas (COP26) vai reunir mais de 120 líderes políticos e milhares de especialistas, ativistas e decisores públicos, entre 31 de outubro e 12 de novembro, em Glasgow, para atualizar os contributos dos países para a redução das emissões de gases com efeito de estufa até 2030.

A ‘Oikos’ apresenta uma lista com os resultados que “devem passar da promessa à ação” na COP26, e realça que o tempo para a conversa vaga, “proclamações vazias e para as promessas estéreis”, já passou.

O primeiro resultado que a Oikos indica é o financiamento da transição dos países em desenvolvimento, salientando que ainda não foram alcançado os “100 mil milhões de dólares” anuais para apoiar os países em desenvolvimento que “os países ricos prometeram em 2009”.

A organização portuguesa realça também a necessidade de “realinhar a trajetória atual” sobre a temperatura, “com o objetivo de 1,5º”, reforçar as Contribuições Nacionalmente Determinadas – NDC e o compromisso para a não proliferação dos combustíveis fósseis.

Apesar de em Paris, 192 países terem assumido compromissos para reduzir as emissões de gases com efeito de estufa, uma análise mais recente das NDC (Contribuições Nacionalmente Determinadas) revela que não estamos no bom caminho. Em 2030, estaremos com emissões 16,2% superiores aos valores de 2010. Estamos a afastar-nos da meta do aumento da temperatura global de 1,5ºC em 2100, aliás estamos a caminho de um catastrófico aumento de 2,7º”.

“Concretizar as perdas e danos (L&D – Loss & Damage) como forma de apoiar as comunidades mais afetadas” é outra ação a concretizar, a Oikos aponta que “este foi sempre o parente pobre do combate às alterações climáticas” e indica que a COP26 deve marcar o momento em que L&D passe “à primeira linha” deste combate.

Para a organização é preciso também “transparência, direitos humanos e o fim das duplas contagens na mitigação de emissões”, referindo que o Artigo 6 do Acordo de Paris tem que ser “retirado do limbo em que se encontra” e implementado integralmente

A Oikos vai estar em Glasgow, em representação da Plataforma Portuguesa das Organizações Não-governamentais para o Desenvolvimento (ONGD), e juntará a sua voz à Sociedade Civil global, “exigindo que saiam resultados concretos, práticos e eficazes da conferência”.

O Papa lançou hoje um apelo a respostas urgentes para a crise climática, a dois dias do início da COP26 em Glasgow, Escócia, falando numa “ameaça sem precedentes” para o futuro da humanidade.

CB/OC

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Agência ECCLESIA

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