Organização católica pede aos governos que adotem políticas de cuidado ambiental e justiça social
Roma, 01 nov 2021 (Ecclesia) – A confederação internacional da Cáritas lançou um apelo em favor dos pobres e dos refugiados climáticos, exigindo a intervenção dos responsáveis internacionais que participam na 26ª Conferência das Nações Unidas sobre Mudança do Clima (COP26), em Glasgow.
“As mudanças climáticas já produziram impactos irreparáveis em muitas partes do mundo, onde a adaptação é o principal desafio para as populações locais vulneráveis. Embora não sejam responsáveis pela crise climática, essas comunidades são obrigadas a arcar com os encargos em termos de perda de habitação e meios de subsistência”, denuncia Aloysius John, secretário-geral da ‘Caritas Internationalis’.
Em comunicado enviado à Agência ECCLESIA, o responsável destaca o impacto de “tempestades devastadoras, salinização da água e do solo devido ao aumento do nível do mar e inundações severas” em muitos dos países mais pobres do mundo.
A Cáritas apela a adoção de políticas climáticas que ajudem os pobres e garantam proteção aos migrantes do clima, garantindo “o cuidado ambiental e a justiça social”
A Caritas Internationalis lança um apelo moral ao compromisso e responsabilidade incondicional dos Estados mais ricos, para que protejam as populações mais pobres nos países em desenvolvimento, que se tornam vulneráveis devido às mudanças climáticas, embora não sejam responsáveis por isso”.
Os 162 membros da confederação internacional, entre os quais a Cáritas Portuguesa, denunciam as “dramáticas consequências das mudanças climáticas”, que levam milhões de pessoas a deixar as suas comunidades.
“Até o momento, nenhum estatuto de refugiado ou outra proteção internacional é concedida a essas pessoas, que estão privadas de direitos fundamentais como um meio ambiente limpo, saudável e sustentável”, adverte Aloysius John.
Citando o Papa Francisco, o secretário-geral da ‘Caritas Internationalis’ sublinha que “os países desenvolvidos do Norte global não podem ignorar sua dívida ecológica para com o Sul global”.
A nota oficial destaca que a pandemia não pode servir como desculpa “para adiar decisões e atrasar ainda mais a ação climática”.
“Há uma necessidade urgente de fundos climáticos que cheguem às comunidades locais para realizar a adaptação de base e fornecer-lhes mais controlo sobre as suas prioridades e necessidades mais imediatas”, realça a organização católica de solidariedade e ação humanitária.
A Cáritas desafia as partes envolvidas nas negociações climáticas da ONU a reconhecer as suas obrigações “morais e legais” para com as comunidades mais afetadas e as gerações futuras, cumprindo as promessas de financiamento e de cooperação.
OC