Quando foram fundados, há 25 anos, a missionação só abrangia «padres e freiras»
Lisboa, 12 abr 2011 (Ecclesia) – Os Leigos para o Desenvolvimento (LD), que em 2011 assinalam 25 anos, estão a preparar a entrada noutros países, anunciou à ECCLESIA a diretora executiva da instituição católica de cooperação.
Carmo Fernandes revelou que a associação ligada à Companhia de Jesus (Jesuítas) está a realizar uma “revisão estratégica” da presença em alguns dos países onde tem programas de assistência – São Tomé e Príncipe, Angola, Moçambique e Timor.
“Estamos a reposicionar as missões, a mudar de locais em alguns casos e a refletir novos projetos”, para que “daqui a um ou dois anos, se tudo correr bem” se possam iniciar protocolos em “novos países”, afirmou a responsável.
As parcerias nunca têm prazo definido: “Quando começamos uma intervenção nova, sabemos que o estamos a fazer pelo tempo que for necessário para a mudança ocorrer, o que pode acontecer em cinco, 10 ou 20 anos”, assinalou Carmo Fernandes.
Por agora a prioridade é alargar a presença dos LD a outras comunidades dentro dos países onde atualmente estão presentes, concretizando uma “intervenção muito abrangente” a partir das necessidades comunicadas pelas dioceses.
“Os voluntários são de áreas profissionais muito distintas, o que permite cobrir vários leques”, indicou a diretora, que salientou o trabalho realizado ao nível da educação – uma “área forte” – no ensino formal e informal, pré-escolar, universitário e de adultos.
A instituição tem também iniciativas nas vertentes da saúde e cooperação, “trabalhando com as comunidades na sua auto-organização”, explicou Carmo Fernandes, que se estreou em 1995 como missionária ao serviço dos Leigos para o Desenvolvimento.
A opção “revolucionou” a sua vida e fê-la seguir por caminhos profissionais distintos daqueles que até então tinha planeado, levando-a à direção executiva dos LD, cargo que ocupa desde 2010.
A participação dos leigos em iniciativas de cooperação no âmbito da Igreja Católica é hoje frequente, mas há 25 anos “foi uma novidade absoluta”, recordou o padre António Vaz Pinto, um dos cofundadores.
“Quando se falava em missionários, eram padres e freiras”, referiu o sacerdote, para quem o trajeto iniciado a 11 de abril de 1986 “valeu a pena, e de que maneira”, depois da oferta de “boa vontade, prática, ensino e testemunho” protagonizada por cerca de 320 leigos.
O assistente espiritual dos LD, padre Miguel Almeida, sublinhou que os missionários procuram “trabalhar em prol do desenvolvimento humano” e tentam “contribuir para a construção de um mundo mais justo e pacífico”.
Para Carmo Fernandes, as comemorações dos 25 anos constituem uma “oportunidade para renovar a mensagem da associação e continuar a interpelar os jovens a rever o seu futuro e a quererem partir em missão”, contribuindo para a mudança das suas vidas e das comunidades onde colaboram.
As comemorações das bodas de prata iniciaram-se a 9 de abril, prolongando-se até ao mesmo mês de 2012.
PTE/RM