Compromisso ecológico, social, com a «integridade da pessoa» e a relação com o mundo científico deveriam aferir agir de cada católico, sugere responsável pelo setor de Educação Cristã na arquidiocese de Braga
Braga, 11 set 2020 (Ecclesia) – O padre Luís Miguel Rodrigues, da Arquidiocese de Braga, afirma que o novo Diretório da Catequese dá “um salto qualitativo” na atenção da Igreja aos “contextos socioculturais” mas pede quer aferir compromisso “ecológico”, “social”, com a “integridade da pessoa” e “mundo científico”.
“Como seria se os católicos estivessem na primeira linha do compromisso ecológico, ou de um compromisso pela defesa da integridade da pessoa, na luta pela integridade e pela verdade da bioética? Isto à partida parece pouco religioso, não seriam os temas que se falam quando se fala de religião, mas meditação e oração só fazem sentido para serem vivido ao estilo cristão no dia a dia, das nossas vidas”, explica à Agência ECCLESIA o responsável pelo setor de Educação Cristã na arquidiocese minhota.
O sacerdote considera que este instrumento, disponibilizado pelo Vaticano, “confirma, consolida e organiza, a vida da Igreja nos últimos anos, os desafios que tem para o futuro, entendido de acordo com o magistério do Papa Francisco”, cujo exemplo tem ensinado a dialogar.
“Há uma realidade que o seu ministério nos ensinou: ele consegue ter a aceitação que tem, a capacidade de comunicar com gente que inclusivamente não é crente, porque mais do que uma verdade a impor, há um diálogo que ele quer fazer”, indica.
Nas ‘Conversas Originais – das palavras à ação’ de hoje, o padre Luís Rodrigues adverte para a necessidade de “escutar” e “inculturar” quando se pensa em evangelização.
O novo diretório diz-nos que ao evangelizar temos de ter em atenção como está o mundo do trabalho, o compromisso social, como percebemos a nossa opção pelos pobres, compromisso ecológico, pela integridade da pessoa, a nossa relação com a mentalidade científica”.
O responsável preconiza uma mudança de paradigma, capaz de provocar “novas concretizações culturais”, num binómio que deixaria de ser «graça/natureza» para ser «fé/cultura».
“Penso que teríamos de passar para a relação entre fé e cultura, a fé como aquela que plenifica, que concretiza, que torna plena uma cultura, entendido por cultura como o modo de ser e expressão de um povo num contexto”, aponta.
O cónego Luís Miguel Rodrigues foi o convidado desta semana das «Conversas Originais – das palavras à ação», transmitidas e publicadas online, às 17h00, e do programa Ecclesia na rádio Antena 1, pelas 22h45.
LS