«Conversas na Ecclesia»: Paragem imposta pela pandemia permitiu um «laboratório experimental” do ambiente – UCP (c/vídeo)

Coordenador da Plataforma Católica – Laudato Si refere que é altura de «medir o impacto»

Lisboa, 25 mai 2021 (Ecclesia) – Ricardo Reis, diretor do Centro de Sondagens da Universidade Católica Portuguesa (UCP) e coordenador da “Plataforma Católica – Laudato Si”, disse à Agência ECCLESIA que a pandemia trouxe a oportunidade de criar um “laboratório experimental” em relação ao ambiente. 

“A pandemia permitiu um laboratório experimental no que trata do ambiente, sempre se disse que era preciso parar para ver como a natureza atuava, como recuperar o seu papel e função, acabámos por parar, não por motivações ambientais mas de saúde e é altura de medir o impacto que a paragem teve e que benefício trouxe”, disse em declarações à Agência ECCLESIA.

Ricardo Reis recorda as “propostas mais radicais, que se achavam impraticáveis e impossíveis de testar”, e que atualmente se pode perceber o “impacto teve em termos de ambiente”.

“Um dos objetivos das Nações Unidas diz respeito à saúde e esse percebemos que a sociedade é mobilizável em termos globais em torno de um objetivo de proteção da saúde e isso é uma das grandes lições”, aponta. 

O coordenador da “Plataforma Católica – Laudato Si”, que visa um compromisso público comum com a sustentabilidade total a ser alcançada em sete anos”, a partir da encíclica ecológica e social, refere que os sete objetivos inspirados da Laudato Si se cruzam com os 17 objetivos assumidos pelas Nações Unidas. 

“Era para nós um percurso que estávamos a perceber e saltarmos para o caminho da Laudato Si, para nós é muito natural”, assume. 

O entrevistado destaca ainda que o “clamor do planeta é apenas um dos objetivos” e que nas preocupações do Papa e das Nações Unidas surge também o clamor dos pobres.  

“Essa é outra dimensão em que todos podemos dar algum contributo construindo uma sociedade mais aberta à integração, aberta aos elevadores sociais, mas que haja um contexto de abertura que vai ao encontro de três dimensões essenciais, clamor do pobres na dimensão económica, clamor do planeta na dimensão ecológica e ambiental e o clamor da sociedade por uma sociedade mais pacífica, justa e menos corrupta”, alerta. 

Os efeitos desta plataforma que leva a Laudato Si ao meio académico já se fazem sentir na UCP. Novas aprendizagens e áreas de estudo, estão a ser trabalhadas para que o bom desempenho económico seja compatível com a sustentabilidade.

Margarida Mano, vice-reitora da instituição, refere que “é preciso passar aos alunos uma perspetiva académica da pobreza” o que implica o envolvimento multidisciplinar dos vários ramos do saber.

“Dentro de cinco anos queremos ter um currículo ODS (Objetivos do Desenvolvimento Sustentável) obrigatório para todos os alunos” refere.

Responsável pela vertente da sustentabilidade, Margarida Mano envolve também neste desafio, os programas de voluntariado da UCP e a adaptação do campus universitário a novas formas de mobilidade e de eficiência energética.

As «Conversas na Ecclesia» desta semana fazem eco da encíclica “‘Laudato Si”, nos dias em que termina ‘Semana Laudato Si’, “de celebração, ação e testemunho”, às 17h00 na Agência ECCLESIA e às 22h45 na Antena 1. 

HM/SN

Semana «Laudato Si»: Universidade Católica Portuguesa reforçou aposta na sustentabilidade

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