Um professor e a responsável pela comunicação de uma paróquia falam sobre a oportunidade dos meios digitais
Lisboa, 13 mai 2020 (Ecclesia) – A experiência de uso das novas tecnologias, “forçada” pela pandemia, surpreendeu Ana Eira, responsável pela comunicação nas paróquias de Ericeira e Carvoeira, e Jaime Barbosa, irmão Marista e professor no Colégio de Carcavelos.
Os convidados das ‘Conversas na Ecclesia’, hoje com a rubrica “Ligados em casa”, assumem que esta situação “surpreendeu toda a gente” e obrigou a novas soluções.
Na Ericeira, Patriarcado de Lisboa, a comunidade cristã não esperou pelas restrições do Estado de Emergência para avançar logo para o confinamento o que, a nível pastoral, foi um desafio.
“A catequese passou para uma plataforma digital e as missas começaram a ser transmitidas online”, diz Ana Eira, reconhecendo que o processo exigiu uma aprendizagem rápida por parte da equipa responsável.
No Colégio Marista de Carcavelos, a pandemia deixou as salas vazias de alunos, mas eles encheram as telas dos computadores.
O irmão Jaime Barbosa, reconhece o gosto pessoal pelas soluções tecnológicas, mas não esconde a surpresa pela forma muito positiva como esta experiência de ensino está a correr: “É interessante que às vezes tenho as crianças sentadas ao colo dos pais ou dos avós”.
Este professor destaca que o novo método veio envolver muito a família no processo educativo dos filhos.
Experiência marcante na comunidade da Ericeira e Carvoeira foi a “proeza” de uma Vigília Pascal em formato digital, onde todos entraram com participantes ativos.
“Foi uma aventura que obrigou a alguns ensaios prévios e só possível pela entrega das pessoas” reconhece Ana Eira.
A responsável pela comunicação destaca que, durante algumas horas, a transmissão contou com os salmistas, leitores, celebrante e organista, cada um na sua casa e a entrar no tempo certo.
Ana Eira classifica a experiência como “agridoce”, porque tudo correu bem e “aguçou ainda mais a vontade de voltar a estar juntos”.
Quanto às virtudes do digital, o irmão Jaime Barbosa não tem dúvidas: “O digital também é uma presença real”.
Este professor considera que, através desta experiência, os jovens estão a dar-se conta de que o seu interlocutor “é alguém verdadeiramente real é o seu amigo que já não vê há algumas semanas”.
O religioso acredita que esta experiência vai atenuar os casos de cyberbullying, muito comuns nestas faixas etárias.
Ao nível paroquial, também Ana Eira não tem dúvidas em acreditar que o digital veio para reforçar ainda mais a dimensão de comunidade.
“O digital permite-nos chegar sempre a mais alguém”, precisa.
“Ligados em casa” é a rubrica do espaço diário “Conversas na Ecclesia” que, em cada quarta-feira procura conhecer e aprofundar a experiência que as comunidades cristãs estão a desenvolver no campo digital.
HM/OC