Psicóloga, fundadora do grupo de apoio ao luto «Renascer», na ilha Terceira, aponta a necessidade de ter um processo de luto saudável
Lisboa, 16 nov 2020 (Ecclesia) – A psicóloga Filipa Miranda, fundadora do grupo de apoio ao luto “Renascer”, na ilha Terceira, Diocese de Angra, disse à Agência ECCLESIA que um processo de luto “saudável” pretende ser um “renascer”.
“O que se quer é renascer, conseguir compactar o sofrimento e a dor em outros significados positivos e deixar ficar só essa saudade boa; costumo dizer que a saudade boa são as memórias que conseguimos recordar e partilhar sem a carga negativa do sofrimento e dor, é um renascer da dor e sofrimento porque passamos”, explica.
A entrevistada defende que “no final de um luto, sendo um processo saudável” a há a oportunidade de renascer, o que o grupo de apoio pretende como objetivo, “na ajuda especializada que é dada nos vários lutos”, seja em consultas individuais como em formações.
A psicóloga estudou em Coimbra, fez a tese de mestrado sobre o luto nos jovens adultos, “por vertente pessoal”, e, voltando à ilha Terceira, nos Açores, sentiu a necessidade de formar um grupo de apoio ao luto, que nascem 2013.
“Regressei à ilha e percebi que não havia entidade específica de apoio ao luto e daí ter fundado o grupo “Renascer”, a ideia inicial era ter apoio especializado ao nível da psicologia, pois percebi que havia muitas entidades que eram exímias no seu trabalho e que poderiam ser excelentes para ter ao nosso lado”, recorda.
Filipa Miranda “bateu à porta” da Cáritas, “que foi incansável no apoio ao nível de espaço e logística”, tendo depois associado o apoio ao luto a outras entidades, como o hospital, a AMI, e até a RTP e jornais locais, que se foram tornando parceiros, onde até era “possível dar algumas formações”.
No mês de novembro a Agência ECCLESIA apresenta as ‘Conversas do Silêncio’, publicadas online pelas 17h00 e emitidas no programa Ecclesia, na Antena 1 da rádio pública, pelas 22h45, de segunda a sexta-feira.
SN