D. Diamantino Antunes, bispo de Tete, partilha 22 anos de experiência de missão
Lisboa, 09 out 2020 (Ecclesia) – D. Diamantino Antunes, Missionário da Consolata e bispo de Tete, em Moçambique, partilhou com a Agência ECCLESIA a sua missão onde destaca a “pastoral da visitação” numa diocese que necessita de “reforçar o clero local”.
“Como bispo estou em visitas pastorais, tenho procurado conhecer a fundo esta vasta diocese que é maior que Portugal e apesar de ser bispo há um ano tenho estado em lugares onde nenhum bispo chegou, procuro estar presente, mas não é algo que faça cumprindo uma agenda ou para estar na moda, na minha vida missionária estive sempre na pastoral da visitação, procuro visitar as comunidades e as famílias”, conta.
Nomeado há um ano como bispo de Tete, o missionário da Consolata considera que a sua “atitude não mudou”, sente-se “profundamente missionário” sem ter de fazer “nada de novo”.
“Não me mudou na minha atitude, nem no meu relacionamento com as pessoas mas sinto-me profundamente missionário e o meu ministério caracteriza-se por isso mesmo, não tive de fazer nada de novo, nem forçar-me”, revela.
Tete, uma diocese “imensa” situada a 1500 km de Maputo, foi uma “zona que sofreu muito com a guerras, colonial e civil” e uma “grande superfície da diocese esteve sem missionários”.
“Dos 3 milhões de habitantes, 25% de população professa-se católica e há algumas paróquias que não têm sacerdote há 50 anos… O meu esforço é dar pastores às comunidades, pedir reforços, ajuda e incrementar e trabalhar na formação do clero local”, assume.
Apesar das dificuldades e das limitações impostas pela pandemia, D. Diamantino alegrou-se com a ordenação de quatro novos padres de Tete, no passado mês de agosto.
Há 22 anos em missão o atual bispo de Tete confessa ter chegado “muito jovem, ainda não era sacerdote”, em 1992, um ano de transição em Moçambique, ”um ano de paz e momento de reconstrução”.
“As distâncias e más estradas é uma dificuldades mas de relacionamento nunca tive, senti-me sempre bem em Moçambique, nunca fui julgado por ser português, antes pelo contrário, as pessoas sabem distinguir o que o colonialismo teve de bom e de menos bom”, refere.
D. Diamantino Antunes confessa ter-se esforçado na “proximidade com as populações”, estudou línguas e culturas e considera ser “muito importante” conhecer a terra que pisa.
Assumiu tarefas de missionário e pároco, foi diretor de centro catequético, provincial dos missionário da Consolata em Moçambique e recentemente nomeado postulador da causa de Beatificação dos catequistas de Guiúa, processo diocesano para a causa de martírio dos 24 catequistas mortos em 1992.
No mês de outubro missionário, assim designado pela Igreja Católica, a Agência ECCLESIA apresenta as «Conversas Além-fronteiras», que trazem a missão desenvolvida em diferentes pontos do mundo; serão transmitidas e publicadas online, às 17h00, e no programa Ecclesia, na rádio Antena 1, pelas 22h45.
SN