Núncio apostólico fala do desafio de criar pontes entre povos na Geórgia e Arménia
Lisboa, 27 ago 2020 (Ecclesia) – O arcebispo luso-canadiano D. José Bettencourt é o representante diplomático do Papa na Geórgia e Arménia, onde procura criar “pontes” numa região em que os católicos são uma minoria.
“Eu só tenho a agradecer a experiência e as oportunidades que me foram dadas. Têm sido ocasiões para servir, essa é a palavra-chave”, refere à Agência ECCLESIA.
Segundo o núncio apostólico, a presença na atual crise foi “um sinal para o Governo, um sinal para o povo”, em países onde os católicos representam menos de 1% da população”.
“Vejo-me como o coração e os braços do Papa Francisco para o Cáucaso”, assinala.
Na Arménia, o responsável acompanha o conflito do Nagorno Karabakh, que tem merecido a atenção do Papa; já na Geórgia, é o decano do corpo diplomático, o primeiro entre os embaixadores, “um grande passo para um país ortodoxo”.
“Não me limito a estar só na capital, faço questão de ir visitar os diversos pontos dos países onde estou”, explica, procurando estar “próximo das pessoas, apesar da barreira da língua”.
A minha intenção é criar pontes, relações, passo a passo”.
Na Geórgia, D. José Bettencourt encontrou pontos de contacto com a história portuguesa: os missionários agostinianos ligados à província de Goa, que fizeram pastoral no Cáucaso, em particular frei Ambrósio dos Anjos.
O religioso cruzou-se com uma das santas mais veneradas da Geórgia, Santa Ketevan (c. 1560-1624), rainha que sacrificou a vida em prol da fé cristã e da independência do seu país.
Esta história é retratada num conjunto de azulejos no Convento da Graça, em Lisboa.
D. José Bettencourt é o convidado de hoje no programa Ecclesia, na Antena 1 da rádio pública, pelas 22h45, e nas «Conversas aGOSTO», publicadas online de segunda a sexta-feira, a partir das 17h00.
OC