Contributo da mulher essencial para vencer a crise

O Bispo de Viana do Castelo, D. José Pedreira, afirmou que dentro da Igreja, tem havido um «salto notório » no papel desempenhado pela mulher, embora ainda haja muita luta a fazer. Na conclusão da semana de Estudos Teológicos, D. José Augusto Pedreira, referiu vários casos em que nos movimentos eclesiais as mulheres estão em maioria na direcção, quando não são elas mesmo as líderes. A última conferência da semana foi protagonizada pela teóloga Isabel Varanda, que defendeu que as mulheres são quem está melhor preparado para enfrentar e ultrapassar a actual crise, porque a mulher é “pastora da vida e portadora da esperança”. Frisando que a crise que o mundo vive é muito mais larga que a questão económica, embora reconheça que esta é uma ameaça à própria vida baseada numa lógica do ter, Isabel Varanda sustenta que as mulheres são quem está mais vocacionado para que se recupere a aprendizagem dos afectos e das emoções, um ensino particularmente necessário aos mais jovens. Por outro lado, neste contexto do regresso em força da pobreza, esta afecta de forma diferente os homens e as mulheres. Nesta “exploração consentida das mulheres, mas não resignada no mundo do trabalho”, a teóloga defendeu que as políticas sociais deveriam dar “primazia” às famílias e, dentro destas, às mulheres. As mulheres, com a sua “capacidade de investir nas coisas pequenas”, são quem é mais capaz de “desenvolver um olhar atento e inventar laços onde a ruptura ameaça”, dando assim mostras da sua especial vocação de “cuidar dos outros”. No actual momento, Isabel Varanda entende que é urgente “canalizar esforços e vontades” para investir em “redes humanas de proximidade” que “amparem” as pessoas. Numa abordagem teológica sobre a missão da mulher na Igreja e na sociedade, Isabel Varanda apelou a que estas não se deixem “dominar pelo cinzentismo” e frisou que a Igreja tem a responsabilidade de “velar” para que não se perca “o caminho para o sacrário”. Isabel Varanda referiu que, no quadro institucional da Igreja, a mulher tem um lugar “ambíguo e, no mínimo, secundarizado”, “reduzido a um espírito serviçal, mais do que responsável”. Redacção/Diário do Minho

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