Contra a ciganofobia

Conclusões do 33º Encontro Nacional da Pastoral dos Ciganos O 33º Encontro Nacional da Pastoral dos Ciganos decorreu em Fátima de 17 a 19 de Novembro de 2006, sob a presidência de D. António Vitalino Dantas, Presidente da Comissão Episcopal da Mobilidade Humana. Participaram cerca de 100 pessoas, 60% das quais de etnia cigana, das Dioceses de Bragança-Miranda, Porto, Aveiro, Guarda, Viseu, Leiria-Fátima, Santarém, Setúbal e Beja. 1. Evangelização Foram referidas as actividades de evangelização levadas a cabo designadamente pelos Secretariados Diocesanos de Bragança, Leiria-Fátima e Setúbal. Foram manifestadas: (i) a conveniência de estudar o enriquecimento da liturgia com o contributo da cultura cigana e (ii) a necessidade de se criar um grupo de trabalho que analise a problemática do ecumenismo no contexto da religiosidade dos ciganos em Portugal. 2. “Orientações para uma Pastoral dos Ciganos” Foi analisado este Documento emanado do Conselho Pontifício da Pastoral para os Migrantes e Itinerantes. Foi proposta a realização de umas Jornadas nacionais sobre o Documento, a realizar em 2007. Foi referida a participação do P. Amadeu Dias Ferreira, em 11 e 12 de Dezembro próximo, no Encontro Internacional para Directores Nacionais da Pastoral dos Ciganos, promovido pelo Conselho Pontifício, para aprofundamento do Documento “Orientações para uma Pastoral dos Ciganos”. As ideias mestras do Documento foram referidas por diversas vezes no decorrer do Encontro. 3. Situação social das populações ciganas Pelos monitores do Encontro, três quintos dos quais eram de etnia cigana, foi analisada em profundidade a presente situação social das populações ciganas. a. Discriminação: Foi referida a continuação da discriminação contra os ciganos no aluguer de casas, em escolas, em opiniões populares e em múltiplas outras circunstâncias, particularmente por parte das Autarquias que proíbem a permanência de famílias ciganas por um período superior a alguns dias, ao abrigo de posturas municipais e que promovem a expulsão de famílias ciganas do seu território. b. Comércio ambulante: Considerou-se a situação do comércio ambulante cada vez mais degradada devido à conjuntura económico-financeira em Portugal, à concorrência do comércio chinês, à legislação obsoleta e injusta sobre a matéria e às práticas das Autarquias, cada vez mais marginalizantes desta legítima actividade económica que continua a ser o principal meio de subsistência das populações ciganas. c. Injustiça histórica contra os ciganos: José Gabriel Pereira Bastos lembrou a sistemática repressão, discriminação e exclusão dos ciganos e a ciganofobia durante os cinco séculos de história dos ciganos em Portugal e salientada a injustiça que tal situação representa para os ciganos e que carece de uma actuação urgente e substancial através de uma discriminação positiva e/ou de uma reparação financeira adequada em favor das actuais populações ciganas. 4. Grupo de ciganos de Bragança Por iniciativa do Secretariado Diocesano da Pastoral dos Ciganos de Bragança-Miranda, cerca de 40 ciganos de Bragança vieram em peregrinação a Fátima, tendo participado brevemente no Encontro. Foi realçada a urgência do avanço do projecto de realojamento dos ciganos em Bragança. 5. AMUCIP A Presidente da Associação para o Desenvolvimento das Mulheres Ciganas Portuguesas, Olga Mariano, referiu o caminho percorrido pela AMUCIP desde a sugestão dada pelo Cón. Filipe de Figueiredo, no Encontro Nacional da Pastoral dos Ciganos de 1999, no sentido da criação de uma Associação, até ao presente. Actualmente, a AMUCIP é parceira activa em Projectos EQUAL e ROMA EDEM (ACIME). Olga Mariano referiu: “as nossas tradições são das coisas mais lindas que há”.

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