Consistório 2023: Arcebispo da Cidade do Cabo pede «escuta e colaboração» para a Igreja

D. Stephen Brislin, da África do Sul, vai ser criado cardeal este sábado

Foto: Ricardo Perna

Cidade do Vaticano, 28 set 2023 (Ecclesia) – D. Stephen Brislin, Arcebispo da Cidade do Cabo, na África do Sul, espera que o Sínodo dos Bispos possa “instalar” em toda a Igreja a importância da “escuta, do trabalhar juntos e de colaboração”.

“Espero que o Sínodo cimente a necessidade que temos de nos ouvir, de trabalhar juntos, de colaborarmos pelo bem da Igreja, não para promover as nossas ideias ou ideologias, mas para perceber o que Deus quer que façamos. Espero qure o Sínodo possa instalar em todos os cardeais, padres, bispos e leigos, que estamos todos aqui para servir e que estamos todos aqui para nos escutar, com diferentes papéis na Igreja e responsabilidade, percebendo que o Espírito Santo trabalha em toda a Igreja e não apenas num setor”, explicou à Agência ECCLESIA.

O arcebispo da Cidade do Cabo, na África do Sul, vai ser criado cardeal no Consistório a que o Papa Francisco vai presidir este sábado, onde vão ser criados 21 cardeais, incluindo D. Américo Aguiar, bispo eleito de Setúbal, juntamente com responsáveis da Cúria Romana e dioceses dos vários continentes.

D. Stephen Brislin recorda ter ficado “muito confuso e chocado” quando recebeu a notícia da sua criação como cardeal, assinalando ter levado “algum tempo” a lidar com o facto.

“Não sei exatamente o que significa ser um cardeal, tenho de aprender o que significa ser um cardeal, mas o que o Papa Francisco nos disse e os cardeais anteriores disseram, significa tratar-se de uma questão de serviço e não de título ou até uma honra. Trata-se de servir a Igreja, servir a Deus e o Reino”, valoriza.

A notícia na África do Sul foi recebida “com grande entusiasmo”, numa alegria que se estendeu “não apenas na diocese da Cidade do Cabo mas pelo país”, a que se juntou também a nomeação de Sheila Pires, do gabinete de comunicação da Conferencia Episcopal sul-africana para o Dicastério da Comunicação: “Isso significou também uma afirmação para o país”.

“Trata-se de uma elevação para as pessoas, um sinal de que a Igreja na África do Sul é reconhecida pelo Papa Francisco e não sou apenas eu, mas o que a Igreja é”, sublinha.

Questionado sobre o que pode a Igreja na África do Sul acrescentar à Igreja universal, o arcebispo da Cidade do Cabo fala no reconhecimento de uma “Igreja jovem, vibrante”, com um “sentido de profunda alegria e um sentido de esperança para o futuro”.

“Temos de nos afastar um pouco desta ideia de periferia e do centro, porque o centro para nós é Deus e ele está em todo o lado. Penso que o que a Igreja na África do Sul pode trazer para a Igreja universal é o sentido de jovialidade, porque é uma Igreja jovem, vibrante, tem um sentido de profunda alegria e um sentido de esperança para o futuro, apesar de enfrentarmos muitos problemas e dificuldades. As pessoas sul-africanas são de grande fé e confiança em Deus”, explica.

Parceria Consistório e Sínodo/LS

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