A Santa Sé manifestou a seu total apoio para se estabelecer um grupo de especialistas, dentro das Nações Unidas, com o objectivo de negociar um instrumento legal sobre a importação, exportação e troca de armas. Esta declaração foi feita por ocasião do encontro da Comissão da Assembleia Geral da ONU, em Nova Iorque, onde a Santa Sé tem o estatuto de observador. O Conselho Pontifício da Justiça e Paz, em nome da Santa Sé afirmando que apesar de constante na agenda da Assembleia Geral, a problemática do desarmamento não tem “desenvolvimentos substanciais”. Afirma a declaração, assinada pelo Presidente do Conselho Pontifício da Justiça e da Paz, o Cardeal Renato Raffaele Martino, que as armas convencionais são “um dos elementos presentes em qualquer uso de força e são instrumento de desrespeito dos direitos humanos”, e causadores dos “maiores desastres nos últimos anos”. A Santa Sé, apela assim “à comunidade internacional para assumir a sua responsabilidade e um enquadramento legal que regule o comércio de armas”, pois a produção, posse e troca tem “profundas implicações a nível ético e social” assinalando que os estados “apenas devem possuir o necessário para garantir a sua legitima segurança e dos seus cidadãos”. Este pode ser um passo importante para a cultura da paz, nos quais os estados, a sociedade civil e a industria militar devem cooperar com responsabilidade e solidariedade para um mundo mais seguro e pacífico, acrescentando que “esta é a missão das Nações Unidas mas também de toda a humanidade”.