Conselho Nacional de Educação preocupado com cortes financeiros

O Conselho Nacional de Educação (CNE) está preocupado com os cortes financeiros previstos para o ensino no Orçamento do Estado para 2011.

“A educação não pode ser penalizada com a crise. Percebe-se que tem que haver cortes, mas não podem atingir certas áreas, como o apoio aos alunos e outras que são necessárias para melhorar a nossa educação e corrigir as desigualdades, que ainda são bastante grandes”, defende Ana Bettencourt, presidente do CNE.

A proposta de Orçamento para o próximo ano deixa o Ministério da Educação com menos 800 milhões de euros para gastar.

Num relatório hoje apresentado pelo CNE na Assembleia da República, é defendido que a educação tem que ser uma prioridade.

O documento, dedicado aos percursos escolares, revela que 70% dos alunos chumbam, pelo menos, uma vez antes de concluírem o 12.º ano.

As retenções aumentam à medida que se avança na escolaridade e são mais acentuadas no caso dos rapazes, adianta ainda o relatório.

Ana Maria Bettencourt considera que a incapacidade da escola para apoiar os alunos que ficam para trás está entre os maiores obstáculos ao sucesso escolar.

 “Os principais problemas têm a ver com os percursos escolares, com o facto de nós termos muitos alunos que têm dificuldades desde o princípio, nos seus percursos, e que não têm o apoio necessário para recuperar”, refere.

O relatório do Conselho Nacional de Educação indica, no entanto, que os níveis de escolaridade em Portugal têm vindo a crescer, ainda que não o suficiente para acompanhar a média europeia.

Por outro lado, dentro de dez anos, metade dos trabalhadores portugueses deverá ter baixas qualificações, enquanto na Europa a média será de apenas 19,5%.

RR

Partilhar:
plugins premium WordPress
Scroll to Top