Consagrados de Bragança-Miranda em Formação

Decorreu no dia 1 de Dezembro, no Centro D. Abílio, em Macedo de Cavaleiros, um dia de Formação para os consagrados da Diocese de Bragança-Miranda.

Nele tomaram parte 52 religiosas, uma virgem consagrada e 7 religiosos. Só uma das congregações femininas não pode estar presente, mas justificou a sua ausência.

O encontro iniciou-se, pelas 10 horas, com a Oração da Hora Intermédia. O tema de formação foi o estudo qualitativo do inquérito sobre os consagrados de 2004, apresentado pela Dr.ª Mafalda Pinto, da APEME (Empresa de estudos de mercado). No tema de formação do ano passado tinha-se feito a apresentação dos resultados do referido inquérito. Este ano quis-se saber o que é que os portugueses pensam dos frades e das freiras. Para os 58% que os conhecem, os frades são mais os religiosos de clausura; as freiras são mais conhecidas e apreciadas como missionárias. Os frades são mais cultos do que as freiras, mas mais fechados.

No entanto, todos apreciam o espírito de desprendimento e dedicação dos frades e das freiras. Em relação aos padres diocesanos a maior diferença é que estes são as pessoas que têm de ir ter com eles, ao passo que os frades e as freiras são eles que vão ter com as pessoas, tendo tempo para os escutar. Os portugueses, por um lado, apreciam os seus valores tradicionais, por outro lado, pedem-lhes que sejam mais abertos à maneira de pensar actual. Não querem que desapareçam, pois a sua presença e muito necessária, nem que as suas casas sejam entregues ao estado, mas que peçam a ajuda aos leigos para que as suas obras se mantenham.

Seguiu-se um diálogo vivo sobre esta apresentação. Perguntou-se por que é que o convite feito aos jovens encontra uma recusa frontal. A resposta foi no sentido de que os jovens têm medo de assumir compromisso para a toda a vida e de que temem ser manipulados. Outro aspecto é que a nossa vocação só se pode compreender como resposta a um chamamento de Deus, daí a dificuldade em a compreender sem esta luz, da parte dos de fora. O presidente da CIRP, Pe. Basileu Pires MIC, concluiu o diálogo, sintetizando-o em 3 pontos:
1. Os consagrados são desafiados a privilegiar mais o acolhimento incondicional, sem pressa em fazer o convite; 2. É preciso aprofundar aquilo que parece uma contradição: o que significa por um lado os valores “antigos” que as pessoas apreciam nos consagrados e a abertura ao “novo” que pretendem que os consagrados tenham;
3. Será que a nossa vida é capaz de mostrar às pessoas que por de trás está esse Alguém que lhe dá sentido? À luz destes 3 pontos, propôs que se continuasse esta reflexão da parte de tarde procurando responder à pergunta: Que tipo de presença os consagrados querem ser no Nordeste Transmontano?

Seguiu-se a Eucaristia, presidida pelo Bispo da Diocese, D. António Montes Moreira, OFM, que participou no encontro, desde o princípio até ao fim. Partindo da primeira leitura, do Profeta Isaías, sobre a sociedade harmoniosa por ele descrita, de uma forma poética, o Senhor Bispo falou das utopias como algo que não se toca, como as estrelas, mas que iluminam o caminho na noite. Esta é a missão dos consagrados, como testemunhas do absoluto de Deus.

Depois do almoço de confraternização, em que a comunidade anfitriã ofereceu a todos uma sopinha e o cafezinho, teve lugar um muito participado diálogo entre os consagrados sobre as perguntas vindas do plenário da manhã, acerca da presença dos consagrados na Igreja e na sociedade, dificuldades e êxitos.

Chegou-se a 3 pontos conclusivos:
1. É necessário que a pastoral vocacional de conjunto entre os consagrados, particularmente na preparação do Dia Diocesano do Consagrado, continue, dada a rica experiência do ano passado, e haja outras actividades conjuntas ao longo do ano. Comprometemo-nos a dizer ao Secretariado Diocesano da Pastoral Juvenil e Vocacional (em que a CIRP está representada) que o mesmo é responsável pela proposta e animação de todas as vocações na Diocese e não só a vocação ao sacerdócio.
2. Nós, os consagrados, correndo o risco de andarmos muito atarefados com muito fazer e frustrados por não sermos capazes de o conseguir perante as novas gerações, sentimos que o essencial da nossa vocação e missão é darmos testemunho de pessoas felizes, um testemunho inequívoco de que a nossa alegria nos vem do Senhor, que nos ama assim como somos, e não nos vem dos nossos grandes feitos.
3. Os consagrados, particularmente as comunidades femininas, sentem um deficit de espiritualidade nas suas vidas, por não terem padres seja para a celebração do sacramento da reconciliação seja para o acompanhamento espiritual. Sem ilibar cada consagrado da sua responsabilidade pessoal em procurar ajuda, a direcção da CIRP ficou de alertar as superioras para que providenciem no sentido de atender a esta necessidade.

No âmbito do Ano Sacerdotal, o Encontro concluiu com um momento de oração pelos presbíteros com a adoração do Santíssimo e o canto de vésperas. Pelas 17 horas, todos regressaram às suas comunidades satisfeitos por este dia de comunhão entre os consagrados.

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