Congresso na Alemanha analisa ecumenismo

No santuário mariano de Kevelaer, na Alemanha, está a decorrer um congresso subordinado ao tema “O ecumenismo da santidade — a peregrinação no início do terceiro milénio”, organizado pelo Conselho Pontifício para a Pastoral dos Migrantes e Itinerantes. Com esta iniciativa, pretende-se reflectir sobre o papel que as peregrinações e os santuários podem desempenhar no fortalecimento de um “ecumenismo da santidade”. A Exortação Apostólica “Ecclesia in Europa” inspira o tema deste 4.º Congresso Europeu de Directores de Peregrinações e Reitores de Santuários. O encontro pretende mostrar também as iniciativas empreendidas neste sentido pelas diferentes Igrejas e comunidades eclesiais, para além de expor propostas dirigidas a incrementar a colaboração entre promotores de peregrinações e os responsáveis dos santuários no Velho Continente. O Papa refere naquela Exortação Apostólica que «a Europa apresenta-se hoje com uma forte “necessidade de esperança”. Esta impulsiona-a a “anunciar à Europa o Evangelho da Esperança”». «Mas para esperar e testemunhar é preciso estarmos unidos; daí a finalidade ecuménica do encontro», explicou o arcebispo Agostino Marchetto, secretário do Dicastério organizador do evento, em declarações à Rádio Vaticano. Entre as mais variadas experiências a apresentar no congresso, o prelado citou «a que se realiza há vários anos na Catedral de Trondheim, na Noruega, onde está o túmulo de São Olaf Haraldson, visitado por vários peregrinos luteranos e católicos: em festas especiais, existe colaboração ecuménica para os preparativos e o desenvolvimento das celebrações». Esta «é uma manifestação religiosa que é preciso levar a cabo com fidelidade à tradição, sentimento religioso intenso e como realização de vida pascal, que implica amor e ressurreição, conversão e reconciliação», diz o responsável. De facto, «o desenvolvimento da peregrinação, que é também símbolo da vida do homem, mostra algumas etapas a serem alcançadas e que se tornam modelo para toda a vida de fé do peregrino», acrescenta o arcebispo. D. Agostino Marchetto cita «a partida que manifesta a decisão do peregrino de chegar até à meta; o caminho que o conduz também à solidariedade com os irmãos e à preparação do encontro com o Senhor; a visita ao santuário, que o convida à escuta da Palavra de Deus e à celebração dos Sacramentos; e, finalmente, o regresso, que recorda ao peregrino que é enviado novamente para a sua missão no mundo, como testemunho de salvação e construtor de paz». Para viver de modo mais proveitoso uma peregrinação, «o fiel deve percorrer um itinerário de fé, esperança e caridade», refere o prelado. Neste sentido, adverte que «com uma oportuna catequese e um acompanhamento atento por parte dos agentes de pastoral, a apresentação dos aspectos fundamentais da peregrinação cristã abre novas perspectivas na vida da Igreja». Para além de D. Agostino Marchetto, participam no congresso D. Brian Farrel, secretário do Conselho Pontifício Conselho para a Promoção da Unidade dos Cristãos, e o padre René Beaupère, director do Centro Santo Ireneu de Lião. No programa do congresso anuncia-se intervenções de D. Séamus Hegarty, Bispo de Derry (Irlanda), de D. Szilárd Keresztes, Bispo de Hajdúdorog (Hungria), assim como dos reitores dos Santuários de Kevelaer (Alemanha) e de Fátima (Portugal). A dimensão ecuménica do congresso ficará assinalada numa sessão de testemunhos, na qual participarão o arquimandrita Spiridon Katramadon, do Santo Sínodo da Igreja na Grécia; o reverendo Keith Jones, da Comunhão Anglicana; o pastor Paul Martin Klotz, da Igreja Evangélica de Essen e Nassau; e o bispo católico de Trondheim (Noruega), D. Georg Müller.

Partilhar:
plugins premium WordPress
Scroll to Top