Conclusões do Encontro Nacional da Pastoral das Migrações

Reunidos no Santuário Nossa Senhora do Sameiro, em Braga, de 7 a 10 de Julho de 2008, sob o tema ”As migrações e os desafios pastorais da Igreja, num Pais em Mutação Cultural”, a Comissão Episcopal da Mobilidade da Humana, a Obra Católica Portuguesa de Migrações, os Secretariados Diocesanos das Migrações e as Capelanias dos Imigrantes constataram como desafios: 1 – Necessidade de criar na Igreja e na sociedade uma cultura que olhe o imigrante como pessoa que luta pela sua dignidade, que tem inscrito no seu ADN ”o desejo de ir mais além” e não como mero objecto descartável. Sujeito com direito à plenitude da sua dignidade humana. 2 – Necessidade de levar a pessoa do imigrante a criar o desejo de passar de uma condição de servidão laboral para o uso de plenos direitos como cidadão. 3 – Sendo o grau de confiança dos imigrantes face à Igreja maior do que face a outras instituições que dão o mesmo tipo de resposta, há que investir na qualidade da resposta da Igreja para que não frustre as expectativas dos imigrantes. 4 – A falta de agentes para a pastoral quer dos imigrantes quer dos emigrantes, desafia ao como envolver e mudar mentalidades para que em todos os sectores da Igreja a Pastoral das Migrações seja vista como uma prioridade que exige a disponibilidade de pessoas, de meios e de tempo. 5 – As comunidades portuguesas da diáspora têm algo a comunicar ao pais. Elas querem ser conhecidas e reconhecidas nos seus sucessos e modos de vida. Como levar os meios de comunicação social, particularmente os de serviço público, a passar nos canais nacionais, em horário nobre, os programas “Contacto” e outros, que nos ajudam a conhecer a realidade dos nossos emigrantes e a sensibilizar o pais para a prática do acolhimento e integração dos imigrantes como o que é oferecido aos nossos nos outros países. 6 – Necessidade de manter uma voz activa junto dos responsáveis políticos para que tenham uma postura que afirme os direitos adquiridos pelos imigrantes em Portugal, consagrados na lei, face ao contexto actual da União Europeia que busca politicas concertadas para as migrações. 7 – Como Igreja, continuar a sensibilizar, envolver e trabalhar em parceria com as autarquias e outras entidades da sociedade civil no processo de integração dos imigrantes. Perante os desafios propomo-nos: 1 – Apelar aos responsáveis da Igrejas de Portugal e dos países de origem, para que disponibilizem agentes para o trabalho pastoral das migrações. 2 – Os Secretariados Diocesanos e os Serviços e Obras Nacionais serem mais activos na sensibilização dos órgãos de comunicação social para os problemas das migrações e minorias étnicas. 3 – A ter uma maior atenção às expressões da religiosidade popular, pois estas exprimem a identidade e reforçam o sentido de pertença, integração e coesão social. 4 – Promover no âmbito das Dioceses uma Pastoral das Migrações que abranja as paróquias, interpelando os párocos para uma permanente interacção com os respectivos Secretariados Diocesanos. 5 – Estimular a participação das comunidades de imigrantes nos Média da Igreja, promovendo uma maior abertura para a divulgação da sua realidade. 6 – Envolver as comunidades imigrantes nos nossos encontros como forma de as tornar protagonistas da acção da Igreja, e de suscitar agentes pastorais, sociais e culturais no seio das próprias comunidades. 7 – Acompanhar as politicas locais, nacionais e europeias, mantendo uma atitude de diálogo construtivo e de denúncia sempre que as decisões forem contrárias aos princípios cristãos e aos direitos fundamentais da pessoa do imigrante.

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