Conclusões do 24.º Encontro Nacional da Pastoral da Saúde

Conclusões do 24.º Encontro Nacional da Pastoral da Saúde

Fátima, 2 a 5 de maio de 2012

  

Os 600 participantes do XXIV Encontro Nacional da Pastoral da Saúde, que se reuniram em Fátima, de 2 a 5 de maio de 2012, chegaram às seguintes conclusões:

  1. É missão da Igreja Católica cuidar do homem todo e de todos os homens como disse Paulo VI, em Fátima, em 1967. Se é importante o acompanhamento espiritual e religioso de quantos o pedem, é também essencial a preocupação pelo seu bem-estar bio-psico-social e cultural.
  2. A Igreja Católica realiza esta missão do cuidado com o homem integral, mediante a Pastoral da Saúde, isto é, a atividade organizada da Igreja, através da qual, no campo da saúde, se torna presente a ação salvífica de Cristo. Esta atividade tem fundamentalmente três dimensões: a educação para a saúde, o cuidado com os doentes durante a terapia da recuperação e o acompanhamento dos que, pela idade ou pela sua fase terminal, estão votados à solidão.
  3. A sociedade atual vive situações de dificuldades que se repercutem na assistência à saúde dos cidadãos. É o caso das listas de espera, do aumento das taxas moderadoras, da quase impossibilidade de acesso de alguns aos cuidados de saúde, a par do perigo da desumanização dos cuidados e da sobrecarga dos profissionais.
  4. Além disso, porque são as mesmas pessoas apoiadas pelas unidades de saúde e acolhidas pelas comunidades cristãs, importa estabelecer uma relação de cuidados entre os Centros de Saúde e as Paróquias com os seus Centros Sociais. É neste trabalho que se insere a ação eficaz da Pastoral da Saúde.
  5. Chegou-se, ainda, à conclusão que será altamente recomendável que se formalize a Pastoral da Saúde em todas as Paróquias de Portugal e que se lhe conceda o mesmo grau de importância e empenho que se dedica aos outros setores.

 

Tendo em consideração tudo isto, propomo-nos incentivar as comunidades paroquiais a envolver-se nas seguintes ações:

 

1º. No plano do apoio à saúde do homem todo e de todos os homens:

  • Promover ações de Educação para a Saúde, ajudando crianças, jovens e adultos a ter uma vida saudável, capaz de os fazer felizes.
  • Procurar conhecer os idosos e doentes que vivem na área da paróquia, a fim de contrariar o seu isolamento, através de grupos de voluntariado organizado.
  • Acompanhar as pessoas que precisam de cuidados, quer ao Centro de Saúde, quer às urgências dos Hospitais, facilitando o transporte, se necessário, e assegurando a continuidade da assistência.
  • Assegurar o número de voluntários suficiente e com formação específica para estas tarefas, acompanhando-os na especificidade de serviço em que deverão ser peritos.

 

2º. No Plano de Apoio Espiritual e Religioso

  • Garantir a assistência espiritual a todos os doentes durante a sua permanência nos hospitais, uma vez que é, para estes, um direito inalienável, no respeito pela liberdade religiosa de cada um.
  • Organizar, na comunidade paroquial, a assistência espiritual aos doentes e idosos nos seus domicílios. A par dos apoios sociais, a todos são devidos o acompanhamento espiritual e religioso e a celebração dos sacramentos, sempre que o desejem. Os voluntários destacados para os serviços da Pastoral da Saúde na paróquia devem ter formação específica.
  • Na consciência de que os doentes e os idosos também são membros ativos da comunidade paroquial, estes devem estar inseridos em atividades de que são capazes e que os levem a sentir-se realizados e úteis à comunidade. Também esta é uma forma de envelhecimento ativo e de abertura à relação entre gerações.

 

3º. No plano da relação com as estruturas da Saúde a nível nacional ou local

  • Organizar um projeto da dádiva gratuita de sangue, a curto, médio e longo prazo: disponibilidade dos cristãos para dar sangue, em situações de emergência (curto prazo); propor um número significativo de paróquias que se disponham a consagrar tarefas de dádiva de sangue, nos meses mais difíceis – janeiro e fevereiro, julho e agosto (médio prazo); conseguir que todas as dioceses tenham um tempo, ao longo do ano, em que a Pastoral da Saúde local se organize para a dádiva benévola de sangue (longo prazo). Tudo isto deve fazer-se em colaboração com o Instituto Português do Sangue.
  • Incrementar a prevenção de riscos, nas ondas climáticas de frio ou de calor, aceitando colaborar nas propostas feitas pela Direção Geral da Saúde e que são essenciais para a melhor saúde dos idosos e das crianças.
  • Apoiar as pessoas com menos recursos a saber pedir a isenção das taxas moderadoras. Há inúmeros doentes que têm direito à isenção e não sabem como ultrapassar os limites burocráticos que se lhes apresentam.
  • Finalmente, levar as comunidades paroquiais a conseguir estabelecer relações de proximidade com os Centros de Saúde e os Hospitais da zona. Esta relação, com cordialidade e simpatia, poderá ajudar a salvar muitas vidas e a criar um ambiente saudável no ambiente da cidade onde tal se consiga.

 

Este plano é ambicioso, mas os participantes do XXIV Encontro Nacional da Pastoral da Saúde sentem que assim podem transformar os cuidados de saúde sempre num lugar de esperança para todos.

 

Conclusão síntese: Urge motivar e apoiar as comunidades cristãs para o acompanhamento dos doentes e idosos mais carenciados, no recurso aos cuidados de saúde, e prestar-lhes, pela relação de ajuda, o acompanhamento, indispensáveis nos mais carenciados.

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