Comunidade de Caminha volta a celebrar na Matriz

Seis anos de obras de restauro e recuperação A paróquia de Caminha dispõe, a partir de agora, de «condições quase ideais» para exercer com «afinco e competência » as suas funções religiosas, assinalou ontem D. José Pedreira durante a cerimónia de bênção e dedicação do novo altar da renovada igreja Matriz daquela vila que reabriu ao culto, após quase seis anos de obras. Aquele templo já foi dedicado a Deus, contudo ao devolvê- lo ao culto, depois de «laboriosos e profundos restauros », explicou o Bispo Diocesano, «convém que seja novamente benzido» numa reafirmação do seu exclusivo destino: culto divino. Nesta cerimónia foi igualmente benzido e incensado o novo ambão (lugar da proclamação da Palavra), uma nova peça de mobiliário litúrgico integralmente construída em aço inox. Nesta celebração litúrgica, o momento que mais expectativa gerava era a dedicação do novo altar, uma peça constituída por uma enorme lage de granito assente sobre uma coluna de aço. Esta ocasião, «única na vida de muitos», como sublinhou o Prelado, começa a oração da dedicação seguida da «unção do altar com o óleo do crisma ». O Bispo, sem a casula derrama o óleo em diversos pontos do altar espalhando-o com as próprias mãos, simbolizando o próprio Cristo que é o ungido de Deus. Logo depois é queimado incenso sobre o novo altar para significar que o sacrifício de Cristo, sobre ele realizado, sobe para Deus em odor de suavidade, exprimindo, igualmente, que as orações dos fiéis se elevam também até ao trono de Deus e Lhe são agradáveis. Reveste-se o altar, colocando sobre ele a toalha branca, para indicar que o «altar cristão é a ara do Sacrifício Eucarístico e a Mesa do Senhor, memorial da morte e ressurreição de Cristo, onde os fiéis são convidados a comer a Ceia do Senhor, participando nela», explicou o Prelado. Finalmente, ilumina-se o altar, acendendo uma vela e, igualmente, as restantes luzes para recordar que Cristo é a luz das nações. Esta cerimónia carregada de simbolismo, há muito aguardada pelos cristãos da vila de Caminha, ganhou uma dimensão maior pela quadra em que foi celebrada. Neste terceiro domingo do advento a Igreja convida os seus fiéis da «reviver a alegria cristã» e a descobrir as «razões da nossa esperança » fundamentada na fé na pessoa de Jesus Cristo que se fez Homem para revelar toda a verdade de Deus, salientou D. José Pedreira. Recuperação total termina no Verão O secretário de Estado da Cultura, Vieira de Carvalho, que com diversas autoridades locais participou na cerimónia de bênção e dedicação do novo altar da renovada igreja Matriz de Caminha, adiantou ao Diário do Minho que «tudo estará recuperado até Julho de 2008». Segundo o governante, a igreja está em condições de receber o culto, prosseguindo agora uma fase de trabalhos de recuperação e restauro da toda a arte e decoração do interior do templo. Para o membro do executivo, os cerca de seis anos de trabalhos «não foram de mais», justificando-os com a necessidade de fazer estudos de arqueologia que são «sempre morosos», mas que permitiram um vasto conhecimento, por exemplo, dizer que «a igreja tem raízes no século XIII». O secretário de Estado da Cultura classifica de «muito importan- te» este projecto de intervenção naquele valioso património que obrigou a um investimento de cerca de 3 milhões de euros. D. José Pedreira, neste capítulo sublinhou a necessidade desta parceria porque se «grande parte» dos monumentos nacionais pertencem à Igreja, «esta não dispõe, hoje, de capacidade [financeira] para os preservar». Paulo Gomes

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