José Luís Nunes Martins
Há cada vez mais gente incapaz de lutar pelo que sonha. Passam o tempo a desejar, mas desistem pouco tempo depois de começar. Queixam-se muito e de tudo… cansaço, desalento, insucesso possível, demoras do mundo, expectativas, mentiras, guerras dentro e fora de si…
Deixam a vida andar como se nada tivessem a ver com o seu curso. Tornam-se espectadores que apenas sabem protestar. A pouco e pouco, tornam-se incapazes de bondade, fazendo de si mesmos, pessoas amargas e más.
Julgam que merecem o topo. Não pelo que fazem, mas tão-só pelo que são, como se tivessem nascido diferentes dos outros, .
Não lutam nada para conquistar o ponto mais alto da montanha. O mundo deve conceder-lhes isso, levando-os até lá em ombros, ao colo ou de helicóptero.
Estas vidas são de uma solidão crescente. Afastam-se das outras com um sentimento de profunda injustiça. Como se o mundo inteiro conspirasse contra elas.
Outros há que não desistem, teimam em começar e recomeçar sempre.
Sabem que hoje é dia de começar, de lutar, de se emendar e aperfeiçoar. Hoje é dia de esperança, apesar da vontade de chorar que por vezes ataca.
O caminho para o topo implica esforço, sofrimento e sacrifícios.
Sacrificamo-nos sempre que renunciamos ao nosso bem em favor do bem de outros… isso é o que nos exige o amor.
O egoísmo e o medo hão de sempre puxar-nos para baixo.
Só o amor é força e caminho. Porquê e para quê.
Ninguém chega ao céu sem um coração maltratado de tanto amar!