Combate à crise deve ser «causa nacional», diz Cavaco Silva

O Presidente da República, Cavaco Silva, frisou que o combate à crise por todos os portugueses deve ser “”assumido como causa nacional” e que “o pior que podia acontecer era ela atingir o futuro de Portugal, as crianças”. Cavaco Silva, que falava durante a quinta edição do seu Roteiro para a Inclusão, referiu num dos 12 centros do Porto da Obra Diocesana para a Promoção Social que “é preciso tudo fazer pelas crianças nos tempos que correm, com a crise. “O pior que podia acontecer era a crise atingir o futuro de Portugal que são as crianças, retirando-as das creches ou das escolas por falta de recursos das suas famílias”, frisou, depois de ter sido entusiasticamente recebido por centenas de crianças e idosos que admitiu haver ali “qualquer coisa que não conhecia”. “Está aqui qualquer coisa que não conhecia. Erro meu”, disse, afirmando que dificilmente alguma vez esquecerá o dia 9 de Março de 2009, em que comemorou três anos de mandato e viu, ele que tanto tem alertado para os riscos de uma quebra de natalidade pode ter para Portugal, “tão grande número de crianças e a alegria e entusiasmo com que os idosos se exprimiram”. “Que alegria aqui tive ao ver o bem-estar naquelas crianças tão bem tratadas, mesmo que as suas famílias possam ter sido afectadas pelo desemprego ou endividamento excessivo”, disse, apontando a forma como Ministério da Solidariedade Social e Obra Diocesana interagem como “exemplo que deve ser sublinhado”. Cavaco Silva sublinhou que “Portugal não está condenado de forma alguma a uma situação de subdesenvolvimento”. “Podemos ultrapassá-lo se todos derem as mãos para ajudar os que se encontram em situação difícil”, acrescentou. Daí que pouco mais tarde, na última etapa do seu Roteiro, a instituição Porta Amiga da AMI no Porto, o Presidente da República tenha considerado que Portugal deve assumir como “causa nacional” a interacção de esforços a todos os níveis, públicos e privados, para combater a crise e as suas consequências. Cavaco Silva recordou que a inclusão social foi a primeira causa que assumiu enquanto Presidente da República, tendo desde logo proposto um compromisso cívico para mobilizar os portugueses em geral e “alertá-los para a solidariedade devida aos mais vulneráveis”. O Chefe de Estado alertou que “a crise fez emergir várias realidades nacionais, como novos riscos de pobreza, associados ao desemprego, endividamento excessivo e desestruturação familiar”. Estes novos riscos “exigem uma resposta da sociedade, não apenas dos poderes públicos mas também dos particulares”, criando novas formas de voluntariado. “É ilusório acreditar que a pobreza pode ser vencida apenas pelos poderes públicos. É preciso envolver as universidades, as empresas, juntas de freguesia, todos”, disse, lançando um “apelo à força solidária dos portugueses para com quem atravessa situações de grande dificuldade”. O Presidente da República defendeu, ontem, em Braga, a criação de um observatório regional para o emprego e a competitividade das empresas do Vale do Cávado. Redacção/Lusa

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