Colômbia: Papa quer bispos na linha da frente contra violência e corrupção

Encontro com a Conferência Episcopal sublinha importância da reconciliação e deixou mensagem em defesa da Amazónia

Bogotá, 07 set 2017 (Ecclesia) – O Papa Francisco desafiou hoje os bispos da Colômbia a estar na linha da frente contra a violência e corrupção no país, sublinhando a importância da reconciliação para consolidar a paz.

“A Colômbia precisa da vossa visão, própria de bispos, a fim de a apoiar na coragem do primeiro passo para a paz definitiva, a reconciliação, o repúdio da violência como método, a superação das desigualdades que são a raiz de tantos sofrimentos, a renúncia ao caminho fácil mas sem saída da corrupção”, assinalou, durante um longo discurso perante os membros da Conferência Episcopal, no Palácio Cardinalício de Bogotá.

O Papa falou ainda dos desafios da Igreja na Amazónia, “parte essencial da maravilhosa biodiversidade deste país”.

“A Amazónia constitui, para todos nós, um teste decisivo para verificar se a nossa sociedade, quase sempre confinada ao materialismo e no pragmatismo, está em condições de salvaguardar o que recebeu gratuitamente, não para o espoliar, mas para o fazer frutificar”, apelou.

Francisco convidou a respeitar a sabedoria dos povos indígenas da Amazónia, que passar pelo respeito da “sacralidade da vida” e da natureza.

A intervenção centrou-se na necessidade de reconciliação e diálogo para superar o “medo” e a herança “nefasta” de mais de cinco décadas de guerra.

O Papa Francisco recordou as anteriores viagens pontifícias à Colômbia, de Paulo VI (1968) e João Paulo II (1986), uma mensagem que devem inspirar todos a dar o “primeiro passo”, um passo “irreversível”, à imagem de Jesus, ao encontro do outro.

O primeiro pontífice sul-americano convidou os bispos a reservar “uma sensibilidade particular às raízes afro-colombianas” da Igreja Católica, “que tão generosamente têm contribuído para desenhar o rosto da Colômbia”.

A Conferência Episcopal, acrescentou, deve estar atenta aos desafios da família e da juventude.

“Penso nas famílias colombianas, na defesa da vida desde o ventre materno até ao seu termo natural, na praga da violência e do alcoolismo difusa tantas vezes nas famílias, na fragilidade do vínculo matrimonial e na ausência do pai de família com as suas trágicas consequências de insegurança e orfandade. Penso em tantos jovens ameaçados pelo vazio da alma e arrastados pela evasão da droga, pelo estilo de vida fácil ou pela tentação subversiva”, alertou.

OC

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