Coimbra viveu XV Festa das Famílias

Realizou-se no passado dia 10 de Maio, no Cabeço de Nosso Senhor do Mundo, em Mortágua, como tínhamos previamente anunciado, a XV Festa das Famílias. O Bispo de Coimbra, D. Albino Cleto pediu às famílias cristãs da sua diocese um amor, sincero, dialogado e esclarecido. “Amor que é verdadeiramente cristão quando algemado, isto é, capaz de nos levar a esquecermo-nos de nós próprios para bem do outro”, afirmou o prelado na celebração eucarística a que presidiu. 1500 pessoas participaram neste grande encontro. Numa terra, onde as suas gentes são o seu principal tesouro. Fazem a história e a riqueza do concelho de Mortágua. Viajamos até ao cabeço de Nosso Senhor do Mundo, sala de visita daquela vila, como fez questão de referir o presidente do município, Dr. Afonso Abrantes. O local não podia ter sido melhor. Do Cabeço, avista-se, ao longe, as vertentes da Serra do Buçaco, de um lado, e da Serra do Caramulo do outro. À nossa frente contemplamos a vila de Mortágua com o seu gracioso casario branco e as aldeias de Vale de Açores e da Gândara. A Unidade Pastoral de Mortágua, (da qual fazem parte as paróquias de Mortágua, Almaça, Cercosa, Cortegaça, Espinho, Marmeleira, Oliveira do Mondego, Pala, Sobral, Trezoi e Vale de Remígio) preparou o encontro. “Numa festa das famílias em que enaltecemos a família como a grande escola dos valores da vida, quais são, ó famílias cristãs, os valores que procurais cultivar em vossa casa e incutir nos vossos filhos?”, questionou D. Albino Cleto na sua homilia. “Parece-me estar a ouvir resposta pronta de alguns: o trabalho, a sinceridade, a inter-ajuda, a compreensão, a fidelidade… Não ficarei surpreendido se alguns de vós objectarem: esses eram valores das gerações que nos precederam… Hoje, vivemos numa sociedade em perca de valores…”, retorquiu o prelado perante centenas de fiéis que se concentraram no Cabeço para participarem na Eucaristia e que foi transmitida pela Rádio Renascença. O Bispo de Coimbra não aceita a inconformidade por parte dos cristãos. “A nossa vida social tem valores, como todas as sociedades de todos os tempos e dos diversos continentes. Quem não reconhece entre nós a igualdade entre todos os cidadãos, a denúncia pública das injustiças, a sinceridade da juventude, o crescente cuidado em respeitar a natureza?”, interpelou o Bispo de Coimbra. “Mas, se outros valores se perdem, e alguns bem importantes, sintamos nós o dever de os cultivar, e tomemos consciência de que ser cristão é ser fermento de valores na sociedade”, afirmou ainda o Pastor, relembrando o pedido de Jesus Cristo: «Se alguém permanece em Mim e Eu nele esse dá muito fruto». Porém, “para dar frutos, para conservar e transmitir esses valores, há princípios que importa ter em conta”, alertou o prelado. “O primeiro é considerar que os valores não são todos iguais. De certo nenhum de vós coloca por exemplo o cuidado no vestir no mesmo pé do cuidado com a saúde… Mas quantos erros se cometem hoje no seio das famílias, ao quererem os pais, teimosamente, que seus filhos pensem, falem, gastem como eles, ao mesmo tempo que descuidam a fidelidade aos dias de festa, ou o cuidado nas conversas, ou o evitar das discussões”, advertiu o Bispo de Coimbra. “Estes são os valores maiores, disse D. Albino Cleto, porém há valores perenes. “Esses sim temos que os cultivar nos outros, sobretudo pelo exemplo: a atenção ao outro, a inter-ajuda, a correcção fraterna”, disse. “De verdade, valor é aquilo que nos ajuda a ser pessoa e pessoa como Deus nos criou. Por isso o amor é a raiz, o critério, o termómetro de todos valores”, afirmou o Bispo de Coimbra. “O amor, sincero, dialogado, esclarecido, eis o que vos é pedido, ó famílias cristãs. Amor que é verdadeiramente cristão quando algemado, isto é, capaz de nos levar a esquecer-nos de nós próprios para bem do outro”, disse o prelado a concluir a sua homilia. Sobre a Semana da Vida que está neste momento a decorrer, D. Albino pediu para dar graças pelo dom da vida, “ajudando-nos em família a enriquecê-la com iniciativas e gestos de amor”. E que Paulo, nem sempre compreendido pelos próprios cristãos (como lembrava a primeira leitura do dia), seja nosso modelo: «pregava com firmeza em nome de Jesus».

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