Coimbra: Procissão Penitencial reuniu milhares de pessoas na fé e tradição

Coimbra, 11 jul 2014 (Ecclesia) – A Confraria da Rainha Santa Isabel promoveu a tradicional procissão penitencial noturna, esta quinta-feira, que transporta a imagem da padroeira da cidade do mosteiro à igreja de Santa Cruz com a participação de muitos fiéis e curiosos.

“A imagem da nossa padroeira que sai em procissão, e tem maior veneração, é uma peça feita pelo escultor portuense Teixeira Lopes, nos finais do séc XIX, em 1890, e foi oferecida pela Rainha D. Amélia quando soube da intenção da Confraria em fazer uma nova imagem processional”, explicou Milton Pacheco, responsável pelo Pelouro do Património na Confraria da Rainha Santa Isabel.

A devoção e a tradição atraem e mobilizam pessoas de vários locais de Portugal que participam na Procissão Penitencial em forma de agradecimento, louvor e dádiva, como antigos militares que estiveram na Guerra do Ultramar.

“A Rainha Santa na altura defendeu os exércitos e evitou grandes batalhas. Hoje estamos cá com honra num clima de paz porque a missão de um militar é apregoar e defender a paz”, considera Filipe Rodrigues, antigo militar dos Comando, que vem do Pombal.

Gualter Coelho, de Altanhol em Albergaria, revela que a celebração “tem um significado muito grande em termos de religião” e que de dois em dois anos, com a família, cumpre a promessa “que se repete há longos anos”.

Durante a organização da procissão penitencial os atuais e antigos estudantes universitários de Coimbra também tem um lugar reservado que depois destaca-se quando a imagem da Rainha Santa começa a atravessar a Ponte de Santa Clara.

“Quando chegamos esperamos a imagem da Santa Isabel e é hábito estender-se a capa, por honra, para ela entrar na cidade”, explica Rodolfo Feio, estudante de História.

Márcia Costa que terminou o curso de História de Arte, participou pela primeira vez por curiosidade “porque faz parte da história da cidade”: “É no fundo agradecimento. É uma procissão muito bonita especialmente quando a Rainha Santa chega à zona da portagem.”

“Os estudantes são um símbolo muito importante na cidade de Coimbra e a Rainha Santa também, por isso, acho que são duas partes da cidade que se conjugam bastante bem”, acrescentou Jessica Costa, do curso de Secretariado de Direção e Administração no ISCAC, que cumpriu o desejo de participar trajada de capa e batina nesta festa que conhece desde a infância.

No Largo da Portagem, no final da ponte, a imagem foi saudada pelo padre António Jesus Ramos que pediu a sua interceção “em favor de um povo oprimido por alguns”.

Rosário Oliveira, da paróquia de Santa Clara, fez parte do coro que animou a Eucaristia antes da procissão e destaca “a parte afetiva e emocional das pessoas que devem pautar os seus valores” pelos exemplos deixados por Santa Isabel “como pacificadora”, “obediente a Deus”, e “sobretudo na simplicidade de uma rainha que está atenta aos pobres e aos marginalizados”.

 “No último ano trouxe uma neta de cinco anos à procissão do dia para ver as rainhas e os anjos e pediu-me que falasse mais da festa”, explicou Leonor Lopes de Trouxemil (Coimbra) à celebração da noite com esta missão depois de participar vários anos na Procissão Solene.

“[Antigamente] As pessoas vinham e aproveitavam para apresentarem à Rainha Santa as suas mágoas, os seus pedidos muitas vezes numa fé às vezes tão exagerada como se a Rainha Santa fosse equiparada em divindade ao próprio Deus”, recorda.

As festas da padroeira da cidade de Coimbra terminam este domingo com a Procissão Solene, em que regressa à igreja da Rainha Santa Isabel.

CB

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