Coimbra: «Não se pode matar o sonho a quem chega com fome e sede» – D. Virgílio Antunes

Bispo presidiu a celebração do Dia da Marinha e lembrou a onda de migrantes e refugiados

Foto: Diocese de Coimbra

Coimbra, 20 mai 2019 (Ecclesia) – O bispo de Coimbra presidiu este domingo à celebração do Dia da Marinha, e sustentou, em dia de “memória e gratidão”, que não se “pode matar o sonho a quem chega com fome e sede”.

Não se pode matar o sonho a quem chega com fome e sede, doente, criança, jovem ou adulto, que experimentou na própria pele os horrores da violência, da guerra ou simplesmente da carência de horizontes de futuro feliz”, referiu D. Virgílio Antunes, na homilia que proferiu na igreja do Mosteiro de Santa Cruz.

O responsável disse ser “impossível falar do mar sem trazer à memória a onda de migrantes e refugiados que cruzam as águas do Mediterrâneo animados pelo sonho das condições de vida dignas, da liberdade e da paz”.

Diante de tantas razões facilmente arquitetadas para lhes fechar as portas do acolhimento e as janelas da esperança, tem de erguer-se o mandamento novo de Jesus, sinal maior do caminho feito pela civilização cristã: “amai-vos uns aos outros”.

O prelado sustentou que esta celebração do Dia da Marinha, na cidade de Coimbra, deu oportunidade para estar num dos lugares mais significativos da “génese da Nação” e fazer memória do passado.  

“Sendo pequena, a Nação Portuguesa nasceu alicerçada na complementaridade dos grandes pilares que projetam para longe qualquer povo: a fé, como abertura ao mistério de Deus que nos envolve; a razão como abertura ao mistério do que somos e fazemos; o engenho e a arte como possibilidade de passar do sonho à realização da obra, por grande ou pequena que seja”, observou D. Virgílio Antunes.

O Mosteiro de Santa Cruz de Coimbra, juntamente com outros centros de vida monástica espalhados pelo país, a Escola da Catedral, na Sé Velha, e a Universidade, tiveram a imensa prerrogativa de ajudar a caldear a verdadeira síntese destes pilares da nossa identidade sedimentados ao longo de séculos como resultado da influência civilizacional grega e romana, encimada pela profunda matriz judaico-cristã”, acrescentou.

O bispo de Coimbra lembrou a história e os feitos realizados pela Marinha Portuguesa e apontou que “ser construtor de paz e promotor da esperança é vocação de toda a humanidade”.

“É vocação dos que permanecem em terra e dos que têm a ousadia de cruzar os mares, é vocação nossa”, concluiu.

SN

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Agência ECCLESIA

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