Coimbra: Igreja Católica e organismos públicos unem-se para celebração do «Jubileu dos Mártires de Marrocos e Santo António»

Bispo diocesano destaca herança «civilizacional» do mais popular santo português

 

Coimbra, 15 out 2019 (Ecclesia) – A Diocese e a cidade de Coimbra lançaram um projeto conjunto de celebrações para assinalar, em 2020, o jubileu dos 800 anos dos Mártires de Marrocos e de Santo António, com iniciativas pastorais, científicas e culturais.

D. Virgílio Antunes, bispo diocesano, deseja que este ano sirva para que Portugal reconheça Santo António como “um grande cidadão, com abertura cultural, civilizacional, espiritual e teológica”.

Em declarações à Agência ECCLESIA, o responsável católico sublinhou que Santo António pode ser celebrado “por todos sem qualquer tipo de rivalidade quanto à proveniência e quanto ao nome da cidade”.

Na conferência de imprensa de apresentação do ‘Jubileu dos Mártires de Marrocos e Santo António – Coimbra 1220-2020, que decorreu esta segunda-feira, o bispo diocesano adiantou que cidade do Mondego vai ser palco de “muitas iniciativas” para comemorar esta efeméride,

A 16 de janeiro de 2020 comemoram-se os 800 anos do martírio dos primeiros frades que São Francisco de Assis enviou em missão para Marrocos; tal acontecimento, juntamente com a chegada das relíquias destes mártires, à igreja de Santa Cruz de Coimbra, impressionou de tal modo o neo-sacerdote Fernando Martins de Bulhões que ele se decidiu, nesse mesmo ano de 1220 a fazer-se frade menor, assumindo o nome de António.

Este acontecimento “não podia passar despercebido, nem a Coimbra nem a Portugal”, e a partir do Mosteiro de Santa Cruz e da Paróquia de Santo António do Olivais, dois centros “fundamentais da evolução religiosa, cultural e vocacional de Santo António, a Diocese de Coimbra, juntamente com outras entidades, promove um programa celebrativo “para a história de Coimbra e dos conventos”, realça D. Virgílio Antunes.

A conferência de imprensa decorreu na Sala do Capítulo do Mosteiro de Santa Cruz, em Coimbra, e contou com a participação de D. Virgílio do Nascimento Antunes, bispo de Coimbra; Pedro Machado, presidente do Turismo Centro de Portugal; Manuel Machado, presidente da Câmara Municipal de Coimbra; frei Severino Centomo, guardião do Convento Franciscano de Santo António dos Olivais de Coimbra; e o padre Francisco Claro, vigário paroquial de Santa Cruz de Coimbra.

Pedro Machado evidenciou a importância do Ano Jubilar para o turismo religioso, um segmento “muito importante na estratégia do Centro de Portugal”, na sua dimensão mais global.

“O turismo religioso no Centro de Portugal é hoje responsável pela emissão de turistas de mercados pouco habituais, porque a América do Sul e a Ásia são a origem da maioria dos grupos organizados”, referiu o presidente do Turismo Centro de Portugal.

A Câmara Municipal de Coimbra associa-se à celebração do Jubileu, que considera um “acontecimento importante para a memória coletiva da cidade, em termos de História e do passado, mas também para a memória futura da cidade”, frisou Manuel Machado, após evocar “os valores perenes e civilizacionais de Santo António, de partilha com os outros e de solidariedade”.

O Jubileu vai ter início a 12 de janeiro de 2020, com a celebração de abertura da Porta Santa na igreja de Santa Cruz, pelas 16h00, e termina no dia 17 de janeiro de 2021, com o encerramento do Ano Santo.

LFS/OC

 A 16 de janeiro de 1220 morreram degolados em Marrocos os franciscanos italianos Vital, Berardo, Pedro, Acúrsio, Adjuto e Otão, mais tarde denominados como Santos Mártires de Marrocos; os seus restos mortais foram enviados para Portugal pelo infante D. Pedro.

 

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Agência ECCLESIA

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