Coimbra ficou a conhecer Células paroquiais de evangelização

Responsável francês passou pelo nosso país para apresentar novo método

Coimbra acolheu no passado dia 27 um encontro de apresentação das Células paroquiais de evangelização, com a presença de Arnaud Adrien, um padre francês, da Diocese de Toulon, responsável em França do sistema das CPE.

Este sacerdote é ainda o vice-presidente do organismo internacional aprovado pelo Conselho Pontifício para os Leigos, para o acompanhamento deste método de evangelização, que se estende por todo o mundo com grandes frutos.

Presentes neste encontro estavam o Bispo de Coimbra, D. Albino Cleto que presidiu à oração inicial, bem como a maioria dos párocos da cidade e alguns de outras paróquias da Diocese. Presentes estavam também vários seminaristas e leigos não só da Reitoria de S. João Baptista, como de várias outras paróquias de um modo particular onde se faz o curso Alpha.

O Padre Arnaud introduziu a apresentação falando do porquê da necessidade urgente da evangelização e da necessidade de formar os católicos para a missão. A título de exemplo, ele disse que tinha vindo há pouco da China, onde tinha ido falar das células à Igreja Católica Clandestina, um país que há uns 15 anos atrás tinha 10 milhões de católicos e uns 3 milhões de cristãos evangélicos. Hoje, há 50 milhões de evangélicos e uns 15 milhões de católicos.

Ele explicou o porquê. Nós católicos, quando acolhemos na Igreja os novos cristãos, ensinamos-lhe a praticar a fé através da vivência litúrgica e sacramental o que é bem, através da vivência moral, expressa no cumprimento dos mandamentos, o que é bem, propomos-lhes servir socialmente os mais pobres, o que também deve ser feito, só que não os ensinamos nem os formamos para a evangelização. Os evangélicos, ao contrário, logo que alguém entra na Igreja, a primeira coisa para a qual os formam é para a missão, para irem ao encontro dos seus irmãos.

Depois o Padre Arnaud, falou muito convictamente, e com profundidade teológica, alicerçando-se na Doutrina da Igreja, repetindo aquilo que já Paulo VI tinha dito na Evangelii Nuntiandii, “Evangelizar é, de facto, a graça e a vocação própria da Igreja, a sua identidade mais profunda. Nascida da missão, a Igreja é por sua vez, enviada por Jesus. (…) Ela prolonga-o e continua-O. Ora é antes de tudo a sua missão e a sua condição de evangelizador que ela é chamada a continuar. (EN nº14-15).

Podemos pois dizer que evangelizar não é somente o principal trabalho da Igreja, mas é o único, pois ela existe para evangelizar.

Foi depois da introdução, que o Padre Arnaud explicou o sistema das células paroquiais de evangelização, que, como é natural, não vou poder neste espaço explicar. Direi apenas, que as células são pequenos grupos de cristãos, que podem ir de 6 a 12 membros, que reúnem semanalmente, na casa do responsável da célula ou noutro local, e que tem por missão o crescimento na santidade dos membros da célula, e a formação para a missão.

O fim da célula é multiplicar-se pela acção evangelizadora dos seus membros de tal forma que, quando a célula, tiver mais de 12 membros, divide-se formando uma nova célula, com um novo líder, que entretanto se foi formando, e assim sucessivamente.

Pouco a pouco, o resultado é uma paróquia a fervilhar de vida, pois cada membro da célula disponibiliza-se para um serviço na paróquia. O Padre Arnaud testemunhou que não há alegria maior para um pastor do que ver uma paróquia a gerar continuamente novos membros pela evangelização e que na sua paróquia onde havia vários católicos reticentes e com preconceitos contra as células, quando um dia pediu a todos aqueles que tinham vindo de novo para a Igreja, pela acção das células, a paróquia rejubilou por ver tanta gente nova que se levantou, e os mais reticentes são hoje lideres das CPE.

O fruto, porém, pode ser ainda maior, quando interligamos os métodos de evangelização. Uma paróquia que utilize o método Alpha para propor a fé e depois de o curso acabar, convide a entrar nas células de evangelização muitos dos que fizeram Alpha, pode ter um crescimento ainda maior.

O importante é a decisão que cada paróquia deve tomar de se colocar em estado de missão obedecendo assim ao mandato de Cristo. “Ide e fazei discípulos…” Se não o fizermos não nos podemos queixar do esvaziamento e envelhecimento das nossas comunidades cristãs.

 

Jorge Santos/Serviço de Informação Diocesana de Coimbra

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