Padre Nuno Santos destaca que reclusos «refletiram dimensões inesperadas» da curta-metragem «Omnibus»
Coimbra, 07 abr 2022 (Ecclesia) – O Seminário Maior de Coimbra está a promover a atividade ‘Curtas com Conversa’, que levou à prisão da cidade, com cerca de 25 reclusos, este ano tem como tema ‘Próximo’.
“Gostei mais da discussão no Estabelecimento Prisional porque refletiram dimensões inesperadas da própria curta”, disse o padre Nuno Santos, reitor do seminário e capelão prisional, em declarações à Agência ECCLESIA.
A primeira curta apresentada foi ‘Omnibus’, de Sam Karmann, de 1992, respetivamente nos dias 30 e 31 de março.
O capelão do Estabelecimento Prisional de Coimbra referiu que os reclusos falaram “na questão a justiça, da injustiça, da diferenciação que se pode fazer ou não, das ajudas que complexificam”.
“Eles diziam, se estamos aqui é porque tomamos a viagem errada. Houve um conjunto de reflexões breves, mas muito profundas”, acrescentou.
A iniciativa cultural ‘Curtas com Conversa’, que este ano tem como tema o “desafio da proximidade”, é promovida pelo Seminário Maior da Diocese de Coimbra, mas cada filme, antes de ser apresentado nesta casa de formação, é exibido e discutido no estabelecimento prisional, “com um grupo de cerca de 25”, durante aproximadamente 45 minutos.
Para comentar o filme, o seminário diocesano convidou a médica Paula Neto, profissional do INEM, que já realizou algumas missões, como nas cheias em Moçambique, em 2019, onde teve também funções de coordenação.
Neste contexto, o padre Nuno Santos, capelão do Estabelecimento Prisional de Coimbra e reitor do Seminário Maior, recorda que a convidada partilhou que a primeira reação das pessoas é querer “ajudar e nem sempre é ajuda”, porque pode ter alguma complexidade, “pode não ser totalmente útil, ou pequenas ajudas que, às vezes, não estão enquadradas e criam problemas”.
“Há sempre tensões e complexidades na ajuda e que são relevantes”, assinalou o padre Nuno Santos.
De assinalar que o Seminário Maior da Diocese de Coimbra disponibilizou dois apartamentos para receber pessoas e famílias que fogem da guerra na Ucrânia, um acolhimento realizado em parceria com a união de freguesias local.
A Pastoral Penitenciária de Portugal, departamento da Igreja Católica, realizou o seu encontro nacional, nos dias 1 e 2 de abril, em Fátima, onde lançou o caminho sinodal, que se vai alargar às comunidades.
CB/OC
