Coimbra: Bispo quer cristãos mais «disponíveis» e «corresponsáveis» pela vida da diocese

Tema está em destaque na carta pastoral para 2015-2016 que será apresentada este domingo

Coimbra, 03 out 2015 (Ecclesia) – A Diocese de Coimbra está empenhada em reforçar nas comunidades locais o “sentido de pertença” à Igreja e a noção de que todos têm um papel a cumprir para o desenvolvimento da missão católica.

Numa carta pastoral que vai ser apresentada este domingo, já enviada à Agência ECCLESIA, o bispo de Coimbra realça que “da consciência de pertença à Igreja nasce em todo o cristão a disponibilidade para se assumir ativamente corresponsável na sua construção”.

Uma atitude que, segundo o prelado, atualmente está em falta devido ao “marcado individualismo” que carateriza a “cultura moderna” e “que entrou também na vida dos cristãos”, levando a que “muitos não estejam disponíveis para nenhum tipo de compromisso”.

“Quando se não tem conhecimento claro da identidade da Igreja e do que significa pertencer-lhe, surgem dificuldades e equívocos”, adverte o responsável católico, enumerando situações que importa melhorar, “sobretudo na relação das paróquias com a Diocese.

D. Virgílio Antunes alerta particularmente para casos que “debilitam fortemente” a “comunhão eclesial” no território, como quando surgem “movimentos a reclamar a independência pastoral e administrativa das pequenas comunidades em relação à legítima autoridade”.

Ou “pessoas a reclamar direitos à celebração dos sacramentos em circunstâncias, condições e lugares, que respondem mais ao gosto pessoal do que ao sentido comunitário”.

Com o título “Comunidade de discípulos corresponsáveis”, a carta de D. Virgílio Antunes recorda ainda as palavras do Papa Francisco quando anunciou o Jubileu da Misericórdia, em que apontou a necessidade de uma comunidade cristã que “testemunhe, com mais entusiasmo e convicção a sua fé”.

Segundo o bispo, cada católico devia sentir-se “corresponsável pelo crescimento da Igreja”, pois esse “mesmo dever nasce para todos na sua condição de cristãos, de filhos de Deus, do mesmo batismo”, independentemente de serem consagrados ou leigos.

Contribuir para o crescimento da Igreja, prossegue D. Virgílio, implica marcar presença, empenhada, nas mais variadas áreas pastorais, desde a “evangelização” da sociedade à prática da “caridade” junto dos mais necessitados.

“A caridade cristã faz parte integrante da missão da Igreja e, sem ela” todas as restantes atividades pastorais, celebrativas ou comunitárias “soam a vazio”, aponta o bispo.

A Diocese de Coimbra está atualmente “num processo de reflexão” em busca “das estruturas eclesiais” que estejam “mais aptas para a realização da missão da Igreja, no contexto atual”.

Uma das soluções que vai avançar, de acordo com a carta de D. Virgílio Antunes, será a “criação de unidades pastorais”, ou seja, de estruturas onde várias paróquias de um mesmo território são chamadas a trabalhar em conjunto, como forma “de vivência concreta dessa corresponsabilidade pastoral”.

Intitulada “Comunidade de discípulos corresponsáveis”, a carta pastoral para o ano 2015-2016 na Diocese de Coimbra vai ser apresentada às populações locais este domingo às 15h00, na Sé Nova, através de uma conferência do professor Juan Ambrósio, da Universidade Católica Portuguesa.

JCP

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