Em homilia de Páscoa, D. Virgílio Antunes fala em «Europa marcada por muitos sinais de morte espiritual»
Coimbra, 22 abr 2019 (Ecclesia) – O bispo de Coimbra condenou os atentados suicidas contra igrejas e hotéis, que provocaram 290 mortes no Sri Lanka, neste domingo de Páscoa.
“Os atentados contra os cristãos no Sri Lanka e em tantas outras partes do Oriente juntamente com muita vandalização de igrejas no Ocidente e outros variados incidentes com motivação religiosa, fazem-nos pensar nos primeiros tempos da vida da Igreja e de profissão da fé cristã”, assinalou D. Virgílio Antunes, na homilia da Missa a que presidiu na Sé Nova.
Falando na solenidade litúrgica da Ressurreição, o responsável evocou os “acontecimentos trágicos que marcam a família cristã”, longe ou perto.
“Compreendemos melhor o alcance da Páscoa, pois sentimo-la na nossa própria pele, na pele da comunidade dos discípulos de Jesus”, observou.
Oito explosões mataram, pelo menos, 290 pessoas, entre as quais um português residente em Viseu, e provocaram 500 feridos.
Podem morrer fisicamente cristãos em muitas partes do mundo, podem ser aniquilados psicologicamente, podem até ser alvo fácil de acusação nas lutas éticas ou quando se procuram as raízes dos males que povoam a atualidade, mas ninguém nos pode roubar a esperança que, pela morte e ressurreição de Seu Filho, Deus depositou nos nossos corações”.
A homilia recordou ainda o recente incêndio na Catedral de Notre-Dame, em Paris, um símbolo de “valores humanos inscritos na matriz de cada pessoa e elevados pelo Evangelho”.
“Esperamos a sua rápida reconstrução, mas mais ainda desejamos ver ressuscitar tudo aquilo que ela significa e simboliza para uma Europa marcada por muitos sinais de morte espiritual, cultural e humana”, declarou D. Virgílio Antunes.
“Que esta Páscoa seja ocasião para reconstruirmos as igrejas e o templo de Cristo vivo nos nossos corações, na nossa família e na nossa comunidade”, concluiu.
OC
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