Cidade evocou padroeira, em festa condicionada pela pandemia
Coimbra, 04 jul 2020 (Ecclesia) – O bispo de Coimbra presidiu hoje à Missa da solenidade de Santa Isabel de Portugal, padroeira da cidade, que apresentou como exemplo de “verdadeira santidade”, capaz de conjugar “fé em Deus e amor ao próximo”.
D. Virgílio Antunes destacou, na sua homilia, que esta unidade de vida foi a “marca distintiva” da Rainha Santa, cuja festa decorreu este ano com um programa diferente, devido à pandemia.
No início da Eucaristia, com transmissão online, o bispo de Coimbra falou de Santa Isabel como “inspiração contínua” para todos os que querem viver “como cristãos e como membros da comunidade humana, como cidadãos”.
O responsável católico desejo que esta celebração represente um “momento intenso de fé, de espiritualidade, de amor” e de “projeção e programação” da vida.
D. Virgílio Antunes refletiu, na sua homilia, sobre Santa Isabel e Santo António, figuras “insignes” ligadas a Coimbra, sustentando que os dois, pela “adesão incondicional ao Evangelho”, são “modelo de vida e das virtudes humanas e espirituais”, num mundo “carecido de verdadeiros líderes”, capazes de mobilizar a sociedade.
“Precisamos de olhar atentamente para os maiores expoentes que, afinal, são da nossa terra”, observou.
O vice-presidente da Conferência Episcopal Portuguesa contrapôs a força “arrebatadora” do Evangelho aos “sonhos mais fúteis da mente humana”, à “entronização” de “pessoas e realidades que nada têm a dizer de perene” e que deixam na sombra quem se manifesta “com a oferta da sua vida” e a “grandeza da sua humanidade”.
Os jovens precisam de modelos de vida, que não se centrem exclusivamente na busca de respostas momentâneas e frágeis”.
D. Virgílio Antunes recordou que Santa Isabel deixou “as seguranças da corte, do poder e da riqueza”, para se dedicar a uma vida de “oração e contemplação”, com atenção “aos pobres, os doentes, os frágeis da sociedade”.
“A fé leva às obras e Deus leva sempre a olhar para os homens e mulheres como próximos e semelhantes”, indicou.
A reflexão evocou ainda o Jubileu dos 800 anos de vocação franciscana de Santo António, em Coimbra, alimentada pelo desejo de “dar a própria vida”.
OC
Santa Isabel (1271-1336), filha dos reis de Aragão, foi mulher de D. Dinis, rei de Portugal, com quem teve dois filhos.
É recordada, na Igreja Católica, pela sua dedicação à oração e às obras de misericórdia; depois da morte de seu marido, distribuiu os seus bens pelos pobres e tomou o hábito da Ordem Terceira de S. Francisco. A Rainha Santa, como ficou conhecida, foi beatificada em 1516 e canonizada em 1625, no pontificado de Urbano VIII; o seu túmulo encontra-se no Mosteiro de Santa Clara-a-Nova, em Coimbra. |