Lisboa, 21 mai 2011 (Ecclesia) – A Confederação Nacional das Instituições de Solidariedade (CNIS) e o Setor Solidário “não se resignam perante as enormes dificuldades do presente”, anunciam as conclusões congresso «Rumo solidário para Portugal», realizado em Santarém, de 20 a 21 deste mês.
Antes “reafirmam o seu compromisso e determinação de trabalho intenso por um mundo solidário, mais justo e mais fraterno” e “um mundo onde a liberdade e o respeito pela diversidade humana sejam pilares do bem-estar comum numa sociedade sem excluídos”– lê-se nas conclusões.
No I congresso temático do setor solidário, promovido pela CNIS, com a participação de representantes de mais de três centenas de instituições, sublinhou-se que “a economia e a própria sociedade perdem todo o sentido se a pessoa humana não ocupar o primeiro lugar”.
Apesar do Estado providência nas sociedades mais desenvolvidas viver tempos difíceis e “numa situação de incerteza”, os congressistas afirmaram que este “é indispensável na cobertura dos riscos sociais considerados na sua diversidade e heterogeneidade, implicando uma diferenciação positiva na cobertura daqueles riscos”.
Sem “mais iniciativa social”, numa lógica de subsidiariedade, as situações de “crise tendem a agravar-se social e economicamente” – lamentaram.
Perante estes factos, é “urgente um novo Contrato Social com mais capacidade de antecipação dos riscos, mais descentralização e que afete de uma forma diferenciada os recursos” – realça o documento.
Como a “excessiva dependência em termos de financiamento” do Setor Solidário não facilita a autonomia das Instituições, é necessário encontrar, num quadro de inovação, “novas formas de financiamento, nomeadamente através de iniciativas de economia social e de renegociação do QCA – Quadro Comunitário de Apoio” – pedem.
Na linha dos principais desafios do setor solidário, os membros da CNIS salientam que, para um “desempenho eficiente” da lógica mobilizadora do voluntariado, das ações de solidariedade e da luta concreta pela inclusão social e pelo bem-estar comum “impõe-se uma aposta permanente nos grandes desafios da inovação e da qualidade enquanto condição de sobrevivência para fazer bem”.
LFS