Clero: Simpósio nacional debate olhar do cinema sobre os padres

Filme «Corpo Celeste», de Alice Rohrwacher, projetado no encontro de Fátima

Fátima, Santarém, 05 set 2012 (Ecclesia) – O olhar do cinema sobre os padres católicos é o tema em debate esta tarde no 7.º Simpósio Nacional do Clero, em Fátima, durante o qual vai ser projetado o filme «Corpo Celeste», de Alice Rohrwacher, realizadora italo-germânica.

A conferencista Margarida Ataíde, da equipa de cinema do Secretariado Nacional da Pastoral da Cultura e colaboradora da Agência ECCLESIA, destaca “a importância de levar ao encontro um olhar atual de uma jovem realizadora (não católica) sobre a busca de Deus e do significado do sacramento do Crisma numa adolescente”.

O filme foi trazido para Portugal por um jovem realizador português, igualmente não católico, que criou uma pequena distribuidora.

“O convite fundamental é o de procurarmos ali discernir e debater sobre a forma como ‘fora de portas’ da Igreja dois jovens cineastas, o que cria a obra e o que considera importante divulgá-la, se interessam sobre a procura de Deus, a plenitude do mistério da fé e o trabalho pastoral em torno desses dois grandes pilares”, refere Margarida Ataíde à Agência ECCLESIA.

Em «Corpo Celeste» é retratada uma adolescente “inserida numa comunidade católica da periferia da Calábria [Itália], num contexto de procura identitária, de transformação física e interior”.

O filme, destaca a especialista, “aborda também de forma profunda a capacidade que a Igreja local, pelos seus vários intervenientes, tem ou não de compreender a sua busca e lhe dar resposta”.

Para Margarida Ataíde, a presença neste simpósio é um desafio que vai permitir partilhar “a multiplicidade e pluralidade dos olhares dos cineastas, em geral” sobre os padres e também “o interesse que os temas da fé, do sagrado e do transcendente sempre despoletaram nos cineastas”.

“Independentemente do eco que a indústria cinematográfica, sob premissas comerciais, tem ou não feito desse mesmo interesse, considerando ou não a rentabilidade do acesso do público a essas obras, é importante ter a noção de ele sempre foi uma constante nos pensadores e criadores do cinema”, defende.

Margarida Ataíde destaca ainda que a divulgação de obras em livre circulação nos canais abertos da internet pode levar a um encontro com “a enriquecedora pluralidade de olhares, de novos formatos como as tão preteridas curtas e médias metragens, ou o documentário, partindo de realizadores mais e menos conhecidos, mais e menos jovens”.

“Por outro lado, nos últimos anos a própria indústria cinematográfica tem-se apercebido do algum esgotamento do mero produto de entretenimento cinematográfico junto de um público igualmente esgotado pelo excesso de convites à superficialidade”, acrescenta.

O simpósio, que reúne cerca de 500 participantes, iniciou-se na terça-feira e prolonga-se até sexta-feira, dia em que o cardeal-patriarca de Lisboa, D. José Policarpo, vai proferir a conferência «O padre, peregrino da fé».

OC

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