Cister une Portugueses e Galegos

Teve lugar em Ourense (Galiza), de 22 a 24 de Setembro, o III Congresso Internacional sobre a ordem de Cister na Galiza e em Portugal. Este congresso realizou-se por ocasião da celebração dos 75 anos da restauração da vida monástica no Mosteiro de Oseira (Ourense), mosteiro de particular significado para a diocese e província de Ourense. Nesta efeméride participaram cerca de 150 congressistas, de entre os quais, 35 eram portugueses, provindos de diversos campos da cultura portuguesa: história, arquitectura, investigação… A participação portuguesa neste congresso contou com 15 comunicações e duas conferências de fundo: uma do Dr. Saul António Gomes (Universidade de Coimbra) intitulada “Oito séculos de Cister em Portugal: questões em aberto” e outra do Dr. Manuel Joaquim Moreira da Rocha (Faculdade de Letras do Porto) intitulada: “Luz e cor: análise da ambiência da igreja e do coro do Mosteiro de Sta.Maria de Arouca”. De destacar a comunicação de D.Eurico Dias Nogueira, Arcebispo emérito de Braga, sobre os Mosteiros de Sta. Maria de Aguiar (Figueira Castelo Rodrigo) e Sta Maria da Estrela (Covilhã), mosteiros que estavam localizados no actual território da Diocese da Guarda. Os trabalhos do congresso foram inaugurados pelo Abade Geral dos cistercienses da estrita observância, D. Bernardo Olivera, e pelo Bispo de Ourense, D.Luis Quinteiro, contando também com a presença das autoridades civis. Para além dos temas histórico-artísticos, o congresso contou também com temas de espiritualidade monástica de tradição cisterciense, apresentados, na sua maioria, por monges e monjas cistercienses, cujo número era bastante nutrido e que acorreram de diversos mosteiros de Espanha. Para além destes trabalhos, de corte académico e espiritual, o congresso contou com outras actividades, como por exemplo a visita à exposição “Caminho de Paz”, patente na Catedral de Ourense, e dedicada à Eucaristia, bem como a celebração eucarística no final de cada dia, animada musicalmente pelos monges presentes. O último dia do congresso decorreu no Mosteiro de Oseira, que celebra este ano o 75º aniversário da restauração da vida monástica cisterciense naquele cenóbio galego. Depois da conferência de evocação histórica dos 75 anos da restauração, seguiu-se a eucaristia solene de acção de graças, presidida pelo Arcebispo de Santiago de Compostela e concelebrada por outros bispos circunvizinhos, bem como por numeroso clero secular e monástico. Depois de descerrada a placa comemorativa do evento, seguiu-se um reconfortante almoço para todos os congressistas e demais convidados ao acto celebrativo. Esta permuta entre Portugal e a Galiza na divulgação do património cultural e artístico cisterciense é importante, na medida em que permite não só o conhecimento mútuo desse património, mas porque permite conhecer também as raízes culturais e religiosas comuns. No entanto, neste congresso os Galegos estavam em vantagem, não apenas numérica, mas sobretudo real. O Cronista explica: enquanto nós falávamos do passado e da grandiosidade do património que a Ordem de Cister legou a Portugal, os Galegos não só falavam do passado, mas também, e sobretudo, do presente. De facto, a vida monástica cisterciense masculina e feminina continua a ter um presente por aquelas terras galegas, um presente histórico, cultural e religioso. Foram vários os congressistas portugueses que lançaram, uma vez mais, o desafio à Ordem de Cister para recomeçar a vida monástica segundo o carisma cisterciense.

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