Para celebrar os 50 anos do GRAAL em Portugal – um movimento internacional de mulheres unidas pela procura espiritual e promoção de um mundo mais solidário – realizar-se-á no dia 19 de Abril, no Centro de Congressos da Câmara Municipal de Portalegre uma jornada comemorativa. Programa 14,15h – Conferência – «Desenvolvimento Social e Comunitário» por Manuela Silva Painel – “O Projecto de Promoção Humana e Evangelização” com a participação de: António Cardoso Ferreira (Médico), Abílio Amiguinho (Professor), Tília Fonseca (Assistente Social) e Maria Carlos (Teóloga). 18,30h – Eucaristia na Igreja de S. Lourenço (Portalegre) presidida por D. António Marcelino. História Neste contexto, o GRAAL tem hoje como missão construir uma Cultura Do Cuidado na qual existem direitos e responsabilidades, tendo em vista o futuro do planeta e a qualidade de vida humana. Foi fundado na Holanda em 1921, por um grupo de estudantes convencidas de que era necessário tornar visíveis e operacionais as capacidades das mulheres. Espalhou-se pelos cinco continentes, crescendo na diversidade de envolvimentos sociais e experiências espirituais. Em Portugal, o Graal existe desde 1957. É uma Organização Não Governamental sem fins lucrativos. Constituiu-se como Associação de Carácter Social e Cultural em 1977 e foi reconhecida como Pessoa Colectiva de Utilidade Pública em 1985. Está representada na Plataforma Portuguesa das Organizações Não Governamentais do Conselho Consultivo da Comissão para a Igualdade e para os Direitos das Mulheres, no Conselho Nacional de Movimentos da Igreja Católica e na Rede Portuguesa de Jovens para a Igualdade. O Graal tem tido como estratégia procurar responder em cada momento e em cada situação às necessidades das pessoas e considera que o modo mais eficaz de provocar a mudança, reside na acção sobre as mentalidades através do trabalho com as mesmas, na descoberta de novos rumos que transformem a sociedade. Neste contexto, o movimento procura proporcionar à sociedade portuguesa, e em particular às mulheres, a promoção da sua capacidade de intervenção e o seu sentido de responsabilidade numa perspectiva de uma cidadania mais activa. Desta forma a sua intervenção em Portalegre foi iniciada em 1961, dada a abertura do Bispo da Diocese de Portalegre e Castelo Branco, D. Agostinho de Moura. Sendo o Graal um movimento de mulheres cristãs com uma forte intervenção na mudança de mentalidades, era à data indispensável esta abertura da Igreja para a implementação de qualquer projecto. A acção foi iniciada com a instalação de um grupo de três mulheres professoras, que enquanto leccionavam nos estabelecimentos de ensino da cidade, estabeleciam contactos, promoviam reuniões dando assim forma ao Projecto de Promoção Humana e Evangelização que durante mais de uma década interagiu nos Concelhos de Portalegre e Marvão, animando as mais diversas iniciativas locais, identificando necessidades e procurando dar respostas, através da criação de equipamentos sociais e culturais de que são exemplo os Infantários de S. Bartolomeu, S. Cristóvão e Santa Casa de Misericórdia de Alegrete e as Cooperativas de rendas e bordados que tiveram maior relevo nas freguesias rurais, garantindo assim a criação de postos de trabalho das mulheres envolvidas. O Projecto ofereceu ainda a possibilidade de estágio (formação no terreno) a mais de 100 técnicos entre Assistentes Sociais e Animadoras Rurais. A vertente Evangelização foi simultaneamente desenvolvida através de cursos de dinamizadoras locais, catequese, preparação de festas litúrgicas, cursos de pais e noivos. Em 1968, Portalegre foi laboratório das primeiras acções de um programa de alfabetização e conscientização construído sobre um estudo sócio-linguístico das populações e orientado para a conscientização sócio-politica das mesmas, segundo o método de Paulo Freire. O trabalho foi desenvolvido por uma equipa de técnicos exteriores ao Graal e nele participaram entre outros, dezenas de estudantes universitários em regime de voluntariado.