Cinema: Signis atribui prémio de Direitos Humanos a filme iraniano

«Taxi» é a longa-metragem premiada do realizador Jafar Panahi que está impedido de filmar no seu país

Bruxelas, 18 abr 2015 (Ecclesia) – A associação Católica Mundial para a Comunicação, SIGNIS, atribuiu à longa-metragem «Taxi», do iraniano Jafar Panahi, o prémio de Direitos Humanos 2014 – Associação Mundial de Comunicadores Cristãos (WACC).

"Um táxi amarelo percorre as ruas movimentadas da cidade de Teerão, acolhendo diversos passageiros que conversam com o condutor, o respetivo diretor do filme Jafar Panahi, chegando a haver diálogos sobre os abusos democráticos naquele país", informa um comunicado da associação católica enviado hoje à Agência ECCLESIA.

Segundo a SIGNIS, o filme cumpre um duplo sentido: "mostrar na tela a liberdade de  expressão, ao mesmo tempo que se vê como as novas tecnologias fazem parte da mesma vida e das interações sociais da atualidade".

"O filme aborda, de uma maneira criativa, a promoção dos direitos humanos e o desafio de romper a censura e o silêncio no Irão".

O realizador iraniano alcançou o reconhecimento internacional na sua primeira longa-metragem «El Globo blanco», com que ganhou a Câmara de Ouro, no Festival de Cannes em 1995, tendo sido a maior atribuição deste festival a um filme iraniano.

Os filmes de Panahi são conhecidos pela sua perspetiva humana sobre a vida no Irão, frequentemente centrados nas dificuldades das crianças, dos pobres e das mulheres.

O realizador está impedido de filmar no seu país e de sair para o estrangeiro.

"Sou um cineasta. A única coisa que posso fazer é cinema que é a minha forma de expressão e o significado da minha vida. Nada me pode impedir de fazer cinema porque entrado em lugares escondidos, estabeleço contacto com o meu interior", afirmou Jafar Panahi.

"«Taxi» é um ato de resistência e, nesse sentido, é um filme comprometido politicamente", sublinha a SIGNIS.

LS

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