Cinema: Shutter Island – Ilha de Sombras

Baseado no romance de Dennis Lehane, autor de “Mystic River”, “Shutter Island” é o novíssimo filme de Martin Scorsese prestes a chegar aos nossos cinemas.

Depois de um adiamento na data de estreia americana, inicialmente prevista para o Outono, Scorsese regressa com um thriller psicológico duro e intenso, ambientado no início dos anos 50, em plena Guerra Fria.

O ponto de partida do filme é o desaparecimento de uma prisioneira de alto risco de um estabelecimento estatal que, supondo inicialmente tratar-se de uma prisão de alta segurança, depressa descobrimos tratar-se de um hospício bem guardado e isolado, precisamente na ilha que dá nome ao filme. A descoberta, deste e de todos os segredos a desvendar a partir daqui, fazemo-la pela mão e pela mente dos agentes federais do governo norte americano Teddy Daniels (Leonardo DiCaprio, excelente) e Chuck Aule (Mark Ruffalo, muito bom!), num caminho ensombrado por vasto e pesado número de suspeitas.

Tratando-se de um hospital psiquiátrico onde tudo e todos – desde os métodos de tratamento, às finalidades desses métodos, passando por quem os dirige, administra e a eles é submetido – parecem ter algo a esconder e um forte motivo para tal, o filme suporta o seu mais duro factor de atracção numa intrincada rede onde realidade e psicose se imiscuem.

Determinado a revelar ao mundo toda a verdade sobre os horrores que suspeita cometerem-se naquela ilha, Daniels trilha com o seu companheiro de trabalho – e nós, espectadores, com eles – as malhas dessa confusão mental onde as suas próprias sombras do passado ganham progressivamente mais espaço, conduzindo-nos a um ponto totalmente inesperado.

Suscitando reacções muito diversas sobre a elevação deste a outros dos seus últimos filmes, como “The Departed: Entre Inimigos” ou “O Aviador”, Scorsese tem certamente aqui um dos seus filmes densos e negros, talhado para espectadores capazes de emoções fortes.

Margarida Ataíde

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