Cinema: Prémios da Igreja Católica no IndieLisboa

O júri da Igreja católica no festival de cinema independente IndieLisboa distinguiu este sábado com os prémios “Árvore da Vida” os filmes “O Novo Testamento de Jesus Cristo segundo João” e “O coelho e o veado”. Os galardões foram entregues aos realizadores das obras premiadas pelo diretor do Secretariado Nacional da Pastoral da Cultura (SNPC), padre José Tolentino Mendonça, na cerimónia que decorreu em Lisboa, na “Culturgest”.

O prémio principal, no valor de dois mil euros, divididos em partes iguais pelo SNPC e o Secretariado Nacional das Comunicações Sociais, foi entregue aos cineastas portugueses Joaquim Pinto e Nuno Leonel, realizadores de “O Novo Testamento de Jesus Cristo segundo João”.

Tendo como protagonista o ator e encenador Luís Miguel Cintra, que lê o Evangelho joanino, o filme de 129 minutos, concluído em 2013, «recoloca a palavra e a imagem em campo aberto», assinala a declaração do júri, lida na cerimónia.

«Abre as palavras e as imagens à recusa de todo o supérfluo e desnecessário. Necessidade, urgência, a de hoje, em se construir um filme assim, que se configura na essencialidade das imagens e das palavras», assinala o texto assinado pelos jurados, João Amaro Correia, Margarida Ataíde e Rui Martins.

«Para além do despojamento com que nos chegam, estas imagens e estas palavras são em si o justo peso e a rigorosa medida de si próprias e da sua possibilidade nesse espaço aberto, vital, que se estende diante de cada um de nós», aponta a declaração.

«Necessidade, urgência, a de hoje, em vermos e acolhermos um filme assim. Dádiva que com este gesto agradecemos», conclui o texto, redigido após os jurados terem assistido a quatro longas-metragens e 16 curtas que integraram a secção “Competição Nacional”.

Pela primeira vez, a Igreja atribuiu o prémio Árvore da Vida a um filme que concorreu ao IndieJúnior, secção dedicada aos mais novos que visa contribuir para a sua formação através de uma experiência artística e lúdica.

A distinção, no valor de mil euros, integralmente subsidiados pelo Secretariado Nacional da Pastoral da Cultura, foi atribuída ao cineasta húngaro Péter Vácz pela animação “O coelho e o veado”, de 16 minutos, terminada em 2013.

O júri, constituído pelo professor Hugo Nave e quatro alunos, todos do Colégio São João de Brito, em Lisboa, considerou «a criatividade e originalidade como também o grafismo e estética, não esquecendo a mensagem transmitida».

«Queremos agradecer o convite que nos foi dirigido para sermos júri neste festival. Foi com um enorme entusiasmo e sentido de responsabilidade que o aceitamos», refere a declaração do júri, salientando que a decisão «foi um desafio difícil mas bastante gratificante dada a elevada qualidade dos filmes a concurso».

Os prémios Árvore da Vida destacam cinematografia que privilegia os valores espirituais e humanistas e colocam em evidência a ligação histórica da Igreja à Sétima Arte. A 11.ª edição do IndieLisboa termina este domingo

Rui Jorge Martins,

Secretariado Nacional da Pastoral da Cultura

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