Cinema: Igreja distingue «Pelas Sombras»

Prémio Signis-Árvore da Vida 2010 entregue a filme de Catarina Mourão em noite de festa no IndieLisboa

O filme “Pelas Sombras”, de Catarina Mourão, sobre o universo da artista Lourdes Castro, venceu o prémio da Igreja Católica no IndieLisboa e “Nenhum Nome” (2010), primeira obra de Gonçalo Waddington, ganhou uma menção honrosa.

No entender do júri, a obra de Catarina Mourão “dá a ver por dentro o próprio cinema como lugar de contemplação, reflexão e escuta”, numa “comovente celebração da vida”.

O prémio “Árvore da Vida”, no valor de dois mil euros, foi atribuído pelo Secretariado Nacional da Pastoral da Cultura e da Ecclesia, departamentos que fazem parte da Comissão Episcopal da Cultura, Bens Culturais e Comunicações Sociais, presidida por D. Manuel Clemente.

Em entrevista à Agência ECCLESIA, o director do Secretariado Nacional da Pastoral da Cultura, P. José Tolentino Mendonça, realça que a distinção “alia uma tradição, uma presença histórica da Igreja no cinema português, ao desejo de renovar a presença nesse mundo”.

“O facto de ser esta a primeira vez que o Prémio Árvore da Vida está presente não significa que se esteja a inventar um lugar pois há uma grande e importante tradição a esse nível”, recorda o biblista.

No entender do P. Tolentino Mendonça, “há um desejo renovado de estar presente, de fazer novas coisas, até para acompanhar a energia de determinados aspectos actuais da cultura portuguesa, designadamente do cinema”.

“É espantosa a quantidade de criadores que está neste momento a reflectir, a pensar o mundo e tantas vezes lutando contra obstáculos muito difíceis, como por exemplo a falta de dinheiro”, realça.

Admitindo que de “Norte a Sul” existem festivais óptimos”, o P. Tolentino Mendonça justifica a opção pelo Indielisboa por nos últimos anos se ter imposto “como presença marcante, aberto ao que é novo e, simultaneamente, com uma inscrição junto dos amantes do cinema absolutamente extraordinária”.

Em relação ao que viu da programação, o poeta destaca a “juventude dos cineastas, normalmente pessoas muito novas, na casa dos trinta, que estão a fazer os seus primeiros filmes”, bem como “a qualidade das obras”.

O Pe. Tolentino Mendonça deixa votos de que a Igreja saiba “estar no meio da cultura de uma forma interessada”.

“O cinema também é um lugar teológico, também é um lugar sacramental, pois está a ver o mais profundo do coração humano”, conclui.

O júri do Prémio “Árvore da Vida” foi constituído por Inês Gil (professora na licenciatura de Cinema, Vídeo e Comunicação Multimédia na Universidade Lusófona), Margarida Ataíde (crítica e júri de cinema) e P. José Tolentino Mendonça.

A obra de Catarina Mourão, que se detém sobre a vida da artista Lourdes Castro, foi também galardoada com o “Prémio do Público para melhor longa-metragem”.

Distinções do Indie

O Grande Prémio “Cidade de Lisboa”, de maior valor do IndieLisboa 2010 foi entregue a “Go Get Some Rosemary”, dos irmãos norte-americanos Ben e Josh Safdie.

O Prémio Tobis para a melhor longa metragem portuguesa coube a “Guerra Civil”, de Pedro Caldas.

O Prémio Media Recording para melhor curta metragem portuguesa foi para “A History of Mutual Respect”, de Gabriel Abrantes e Daniel Schmidt.

“Voodoo”, de Sandro Aguilar, conquistou o Prémio Restart para melhor realizador português de uma curta, e “Carne”, de Carlos Conceição, foi o vencedor do Prémio Novo Talento Fnac.

A fotografia de Daniel Neves na película “O Verão”, de João Dias arrebatou o Prémio AIP de melhor imagem para uma curta metragem portuguesa.

Os filmes premiados são exibidos este Domingo na Culturgest e no Cinema Londres.

Redacção/SNPC

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