Cinema: Igreja distingue «La Ilusión te queda»

Lisboa, 14 mai 2011 (Ecclesia) – A coprodução portuguesa e argentina ‘La Ilusión te queda’, realizada por Márcio Laranjeira e Francisco Lezama, venceu hoje o prémio do júri Signis Portugal – Árvore da Vida no Festival de Cinema Independente de Lisboa (IndieLisboa).

A deliberação do júri, a que a Agência ECCLESIA teve acesso, fala num filme que “devolve o cinema como arte de contar histórias, onde as mulheres se contam a si mesmas, no seu presente e na sua memória”.

Para a atribuição da distinção, com o valor monetário de 2000 euros, participaram como júri paralelo no festival o padre Tolentino de Mendonça, diretor do Secretariado Nacional da Pastoral da Cultura (SNPC); Inês Gil, professora e investigadora de cinema na Universidade Lusófona; Margarida Ataíde, jornalista e o jesuíta Fernando Ribeiro, licenciado em filosofia.

Na cerimónia de encerramento do IndieLisboa, que decorreu esta noite no grande auditório da Culturgest, Tolentino Mendonça deixou uma palavra especial para Márcio Laranjeira e Francisco Lezama.

“No trabalho destes jovens realizadores o cinema volta a ser uma arte de contar histórias, mas histórias onde as mulheres e os homens se contam a si mesmos, no seu presente e na sua memória, na sua ilusão e na sua incerteza, na grande dor e na grande ternura que vestem qualquer viver. Estamos, assim, colocados perante um cinema imaginado como um segredo que é contado, de cada vez, a um só ouvido”, indicou.

“Nos 33 minutos que dura ‘La Ilusión te Queda’, Márcio Laranjeira e Francisco Lezama criam uma narrativa que vai muito além do que se vê e do que se diz”, prosseguiu.

Para o diretor do SNPC, “quando desta viagem interior se passa ao exterior”, os espetadores são colocados “diante do intacto deslumbre pelo visível, que reconquista assim toda a sua força icónica, como a inesquecível cena final do filme dá a ver. O mundo é aqui celebrado como uma revelação”.

O júri deixou uma palavra de felicitações pelo “pulsar do cinema português e a pluralidade dos temas abordados” nesta edição do IndieLisboa, que contou com a participação da Igreja Católica pelo segundo ano consecutivo.

Além do prémio principal, foram atribuídas duas menções honrosas, a primeira ao filme ‘Swans’, de Hugo Vieira da Silva, pela “excelência, profundidade e maturidade cinematográficas com que os temas da comunicação e dos afetos são tratados na duríssima história de um adolescente em busca da sua identidade”.

A segunda menção é atribuída à curtametragem de animação ‘Os milionários’, de Mário Gajo de Carvalho, pela “força com que se denuncia e combate a avareza e os círculos mortais que ela desenha”.

Em 2010, tinha sido o filme ‘Pelas Sombras’, de Catarina Mourão, a vencer o prémio da Igreja Católica no IndieLisboa.

OC

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