Cidadãos têm de marcar a diferença

Comissão para a cidadania da Cáritas Portuguesa alerta para problemas sociais

Lisboa, 07 jan 2014 (Ecclesia) – A coordenadora da comissão para a cidadania da Cáritas Portuguesa, a psiquiatra Margarida Neto defende, em entrevista à Agência ECCLESIA, que cabe aos cidadãos “combater a indiferença” que se vive no país.

“Ser cidadão é combater a indiferença e é ter muita consciência dos problemas, não se pode ter só consciência dos problemas ou das necessidades de vez em quando (…), a cidadania parte do estar acordado perante o mundo que nos rodeia e depois a partir daí crescer essa vontade de não ser indiferente, de ser provocador e construir”, refere.

A crise e as respostas deficitárias do estado em algumas questões sociais devem trazer “aos cidadãos uma maior noção de comunidade, de sociedade civil que é tão importante”, acrescenta a responsável.

O Estado deve ter uma noção de cidadania mas também nos habituamos a que o Estado nos protegesse de tudo e isso pode ter enfraquecido a questão da proximidade” sendo por isso importante “contar primeiro connosco, construir a nossa proximidade e depois o Estado vem de seguida neste contexto porque nos esquecemos de nós e de quem nos está próximo pensando que alguém vai cuidar desses e isso não pode acontecer”, enaltece a coordenadora da comissão para a cidadania da Cáritas Portuguesa.

“Ser cidadão aprende-se na família tal como o que é a solidariedade” defende a psiquiatra, que acrescenta “que sem cidadania não há amor ao próximo, um amor empenhado, um amor que se preocupa e que cresce com o outro”.

Os cristãos e a Igreja têm uma obrigação natural porque um cristão é alguém que se empenha e que transporta uma boa nova, que transporta o amor ao próximo, a alegria e a esperança, transformando a solidariedade em amor”, diz Margarida Neto.

[[v,d,4378,]]A comissão para a cidadania da Cáritas Portuguesa, instituição católica de solidariedade social, surgiu a propósito do Ano Europeu dos Cidadãos, assinalado em 2013, e pretendeu “refletir sobre o que é a cidadania mas também sobre o que é um cristão cidadão, o que é que acrescenta ao cidadão ser cristão.”

A comissão vai continuar a reunir-se em 2014, porque “não é só em 2013 que temos de falar de cidadania é toda a nossa vida” porque “ser cidadão é ser alguém empenhado, comprometido com o mundo, empenhado com a construção do bem comum”, defende Margarida Neto.

O organismo pretende colocar “esta comissão a trabalhar mais na prática, englobando o projeto +Próximo ao tentar ajudar a dinamização da Cáritas nas paróquias”.

“Estatísticas dizem que das 4000 paróquias apenas 1000 têm uma ação social organizada e é isso que queremos mudar, temos de organizar melhor a ação social das paróquias mais do que nunca nestes tempos de crise”, explica.

Outro dos projetos para 2014 desta comissão para a cidadania prende-se com o acompanhamento das várias instituições e projetos apresentados no seminário ‘Desafios da Cidadania Hoje’, que a Cáritas Portuguesa promoveu em novembro, e onde foram apresentados projetos e boas práticas em curso na sociedade portuguesa promotoras de respostas sociais e dinamizadoras do bem comum, “que são desconhecidas do grande público”, conclui Margarida Neto.

HM/MD

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