China: Vaticano vai propor a Pequim renovação de acordo sobre a nomeação de bispos

Secretário de Estado diz que «vale a pena continuar»

Cidade do Vaticano, 29 set 2020 (Ecclesia) – O portal de notícias do Vaticano adiantou hoje que a Santa Sé vai propor à China a renovação de acordo sobre a nomeação de bispos, em vigor até 22 outubro.

“Parece-me que foi marcada uma direção que vale a pena continuar, depois veremos”, refere o secretário de Estado do Papa, cardeal Pietro Parolin, citado pelo ‘Vatican News’.

D. Pietro Parolin assumiu que a intenção é propor um prolongamento do acordo às autoridades chinesas, continuando a adotar o acordo de forma provisória, “como foi feito nestes dois primeiros anos, a fim de verificar ainda mais a sua utilidade para a Igreja na China”.

Andrea Tornielli, diretor editorial da Secretaria para a Comunicação do Vaticano, destaca, em nota explicativa, que o Acordo Provisório assinado a 22 de setembro de 2018 entre a Santa Sé e a República Popular da China, relativo à nomeação de bispos, previa uma duração experimental de dois anos, “antes de qualquer confirmação definitiva ou outra decisão”.

“O Acordo Provisório diz respeito exclusivamente ao processo de nomeação de bispos: uma questão essencial para a vida da Igreja e para a comunhão dos pastores da Igreja Católica chinesa com o bispo de Roma e os bispos do mundo”, acrescenta.

A nota admite que os resultados foram “limitados”, também por causa da pandemia.

Os secretários de Estado do Vaticano e dos Estados Unidos da América (Michael Pompeo) vão reunir-se esta quinta-feira, de manhã, em Roma; Pompeo criticou o acordo da Santa Sé com Pequim e pediu uma posição mais crítica em relação às violações da liberdade religiosa na China.

As relações diplomáticas entre a China e a Santa Sé terminaram em 1951, após a expulsão de todos os missionários estrangeiros, muitos dos quais se refugiaram em Hong Kong, Macau e Taiwan.

Em 1952, o Papa Pio XII recusou a criação de uma Igreja chinesa, separada da Santa Sé [Associação Patriótica Chinesa, APC] e, em seguida, reconheceu formalmente a independência de Taiwan, onde o núncio apostólico (embaixador da Santa Sé) se estabeleceu depois da expulsão da China.

A APC seria criada em 1957 para evitar “interferências estrangeiras”, em especial da Santa Sé, e para assegurar que os católicos viviam em conformidade com as políticas do Estado, deixando assim na clandestinidade os fiéis que reconhecem a autoridade direta do Papa.

O acordo entre a Santa Sé e a República Popular da China visa regularizar o estatuto da Igreja Católica neste país.

OC

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Agência ECCLESIA

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