China possui 300 milhões de crentes

O número de crentes religiosos na China é três vezes superior às estimativas oficiais, atingindo 300 milhões de pessoas, segundo a maior pesquisa alguma vez feita no país, referiu ontem a agência noticiosa oficial Nova China. De acordo com o estudo da Universidade Normal do Leste da China, com sede em Xangai, capital económica e financeira daquele país asiático, 31,4 por cento dos chineses com mais de 16 anos são religiosos, um total de cerca de 300 milhões de pessoas. O número é muito maior que o número oficial de 100 milhões, que permanece inalterado desde há vários anos, diz a Nova China. O estudo concluiu ainda que o maior número de fiéis chineses, 64 por cento, se concentra no Budismo, no Taoísmo, na Igreja Católica, na Igreja Protestante e no Islão. A equipa de pesquisa da Universidade Normal do Leste da China entrevistou 4.500 pessoas e aponta o «renascimento» das religiões tradicionais chinesas como um dos dados a destacar. Cerca de 200 milhões dos 1,3 mil milhões de chineses são budistas, taoistas ou adoradores de figuras lendárias como o Rei Dragão e o Deus de Fortuna, representando 66,1 por cento dos crentes. Segundo os dados oficiais, o número de cristãos cresceu também de forma rápida, de menos de dez milhões no final da década de 1990 para 16 milhões em 2005, mas o estudo da Universidade Normal do Leste da China sobe o total para os 40 milhões, ou 12 por cento de todos os crentes. Do total de fiéis entrevistados, 28 por cento concordaram com a afirmação “a religião ajuda a curar doenças, a evitar desastres e a garantir a estabilidade da vida”, enquanto 21,4 por cento concordaram com a frase “a religião mostra o caminho certo da vida”. «Este são sentimentos comuns sobretudo nas áreas rurais», considerou Liu Zhongyu, que coordenou o estudo. Cerca de 72 por cento dos religiosos disseram sentir-se mais felizes actualmente do que quando não eram crentes, de acordo com o relatório, que afirma que no final da década de 1990 muitos chineses de meia-idade, que eram ateus até então, abraçaram a religião. «A maior influência das religiões deriva também dos problemas que se põem à sociedade chinesa num momento de mudança», referiu Liu. A Constituição chinesa permite a existência de cinco Igrejas oficiais — budista, taoista, islâmica, católica e protestante — que só podem funcionar debaixo da autoridade e controlo estatal, sendo proibidas e perseguidas quaisquer religiões que sigam uma liderança espiritual que não tenha sido nomeada por Pequim.

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