China: «Igreja não é um partido político» – bispo de Hong Kong

Prioridade de D. Michael Yeung é o «serviço aos pobres e aos abandonados»

Lisboa, 04 ago 2017 (Ecclesia) – O novo bispo de Hong Kong, D. Michael Yeung, afirmou que a “Igreja não é um partido político” e não faz oposição, adiantando que vai “encorajar” as pessoas a votar em “consciência” nas próximas eleições parlamentares.

“No que diz respeito aos problemas que afetam toda a sociedade, como os direitos humanos, a justiça, a abertura e a responsabilidade legal, penso que a Igreja deve erguer-se e falar claro”, disse o bispo diocesano, em conferência de imprensa, após a nomeação da Santa Sé.

D. Michael Yeung foi questionado sobre a possibilidade de se juntar à oposição.

“Seguramente não irei dizer às pessoas para votar neste ou naquele candidato”, observou.

 “Nem todos querem combater o Governo, muitos querem apenas expressar o seu descontentamento e os que estão no poder devem escutá-los”, acrescentou, no contexto do movimento ‘Occupy Central’, que nasceu em setembro de 2014, crítico do Governo local da região administrativa especial da República Popular da China.

Sobre as relações entre o Vaticano e o governo chinês, D. Michael Yeung explicou que a Igreja Católica em Hong Kong “servirá como 'ponte'”.

“Há sempre espaço para melhorias e para aperfeiçoamento”, acrescentou, realçando que o seu papel era pequeno no diálogo entre os dois governos.

O novo bispo da Diocese de Hong Kong referiu também que fica “muito triste” quando há pessoas que morrem na prisão “depois de uma vida inteira a defender com coragem a democracia e a justiça”, referindo-se ao prémio Nobel da Paz Liu Xiaobo.

“Foi algo que me partiu o coração”, disse ainda D. Michael Yeung, sobre a morte do ativista chinês ativista pelos direitos humanos de 61 anos, divulga o secretariado português da Fundação pontifícia Ajuda à Igreja que Sofre.

CB/OC

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