Francisco fala em «calúnias» contra D. Juan de la Cruz Barros
Iquique, Chile, 19 jan 2018 (Ecclesia) – O Papa reafirmou no final da sua visita ao Chile a confiança no bispo de Osorno (Chile), D. Juan de la Cruz Barros, nomeado em janeiro de 2015 para o cargo.
O prelado tem sido contestado pelo clero local e por outros setores da sociedade chilena por ter, alegadamente, encoberto um caso de abuso sexual cometido por um sacerdote.
“No dia que me trouxerem uma prova contra o bispo Barros, então eu falarei. Não há uma única prova contra ele. São tudo calúnias. Está claro?”, disse Francisco a um jornalista da rádio Bio Bio que o questionou sobre o tema.
O Papa deslocou-se propositadamente junto à vedação para responder à questão, colocada no último momento da sua viagem ao Chile, em Iquique, no norte do país.
Em março de 2015, a sala de imprensa da Santa Sé publicou uma breve nota a respeito deste caso, sublinhando que antes da nomeação de D. Juan de la Cruz Barros, a “Congregação para os Bispos estudou detalhadamente a candidatura do prelado e não encontrou razões objetivas que fossem obstáculo” para a mesma.
Semanas antes, um grupo de padres chilenos pedira a resignação do bispo de Osorno, anterior responsável pelo Ordinariato Castrense.
Em causa está uma alegada proteção de D. Juan de la Cruz Barros ao padre Fernando Karadima, quem em 2011 foi sancionado pelo Vaticano, por causa de casos de abusos sexuais.
O Papa encontrou-se esta terça-feira com vítimas de abusos sexuais por membros do clero na Nunciatura Apostólica em Santiago do Chile, “escutou-os, rezou e chorou com eles”, disse o porta-voz do Vaticano aos jornalistas.
No primeiro dia de encontros e discursos do Papa no Chile, Francisco referiu-se duas vezes aos casos de abusos por parte de membro do clero, expressando a sua “vergonha” e sugerindo a “coragem de pedir perdão” pelo mal e sofrimento causado às vítimas e suas famílias.
OC