Povo mapuche luta há anos com o governo pelo direito a este território e pela proteção das florestas
Temuco, 17 jan 2018 (Ecclesia) – O Papa almoçou hoje com oito membros da comunidade indígena mapuche, na Casa ‘Madre de la Santa Cruz’, em Araucanía, no âmbito da viagem apostólica que está a cumprir ao Chile e ao Peru.
Depois de minutos antes ter denunciado, numa eucaristia no aeroporto de Maquehue, em Temuco, os graves atentados aos direitos humanos cometidos contra os indígenas em território chileno, Francisco partilhou a refeição com vários habitantes de Araucanía.
Uma das regiões mais pobres desta nação sul-americana, e marcada por um conflito territorial que dura há vários séculos, envolvendo o povo mapuche e o Governo.
Entre outros aspetos, os indígenas reclamam uma maior assistência, em termos sociais e humanos, uma nova lei de demarcação de terras e medidas que favoreçam a proteção das florestas e impeçam acordos que abrem a porta a multinacionais estrangeiras para a construção de centrais hidroeléctricas.
Historicamente, esta situação tem muitas vezes resultado em situações de violência, de parte a parte.
À mesa estiveram 11 representantes de várias comunidades chilenas, entre as quais uma mulher vítima de violência, proveniente da região de Malleco; um imigrante haitiano e um homem descendente de colonos germano-suíços.
De acordo com o serviço informativo da Santa Sé, e a informação difundida pelas agências locais, Francisco esteve no evento acompanhado pelo bispo de Temuco, D. Héctor Eduardo Vargas Bastidas.
Depois do almoço, o Papa argentino rezou durante alguns minutos na capela da Casa ‘Madre de la Santa Cruz’, um instituto religioso feminino fundado em 1844 e que acolhe atualmente cerca de 40 monjas.
Na mesma residência vivem também alguns religiosos mais doentes e debilitados.
JCP