Centro de Apoio à Vida – A vida nasce

A obra sonhada, projectada e preparada para funcionar nesta Quinta da Lagem – Covões (Portalegre), com a designação de A VIDA NASCE, é uma valência do Centro Social Diocesano de Santo António e enquadra-se legalmente na categoria dos chamados Centros de Apoio à Vida. Em Portugal existem à volta de cinquenta. Na sua maioria estão ligados a instituições da Igreja Católica e foram sendo criados após o primeiro referendo sobre o aborto. Este em que nos encontramos e que está prestes a ser inaugurado também teve a sua origem na mesma altura. A Igreja, defensora da vida e contrária à prática do aborto voluntário em qualquer fase da gravidez, entende que não é suficiente tomar posições doutrinais, em matéria tão importante como é a defesa da vida. A vida defende-se a nível de princípios mas é preciso defendê-la também de forma prática e em situações concretas, enfrentando os problemas e procurando soluções concretas para eles. Uma gravidez indesejada, quando não se têm apoios familiares nem recursos económicos suficientes para fazer face às despesas ordinárias da maternidade, da criação e da educação de um filho, é, sem dúvida, um problema difícil de enfrentar. E nós sabemos que existem adolescentes e jovens nessas condições, à espera da ajuda de alguém que lhes permita controlar a ansiedade própria das horas difíceis e lhes garanta um apoio económico, psicológico e humano. Hoje sabemos que, ao contrário dos prognósticos infundamentados e dos anúncios tendenciosos feitos pelos defensores do aborto, a maioria das mulheres que praticaram o aborto não o teriam praticado se tivessem encontrado apoio, compreensão e ajuda. Sabemos igualmente que o número de abortos clandestinos, anunciado nos anos passados, não tem correspondência à realidade. Sabemos ainda, por estudos científicos levados a efeito em países desenvolvidos economicamente e onde se pratica o aborto, que o trauma pós-aborto é grave e deixa sequelas para o resto da vida nas mulheres que o praticaram, particularmente a nível psicológico. Para lá das questões de saúde e das questões económicas está o valor inestimável da vida humana, revestida de dignidade sagrada, indivisível e inalienável, que todos somos obrigados a respeitar. È por isso que nos lançámos neste projecto maravilhoso de apoio e protecção à vida. Trata-se de um projecto pioneiro no Alentejo e estou certo de que irá salvar muitas vidas humanas, como já aconteceu com os outros centros que existem em Portugal. Cada vida que for salva é um contributo inestimável para a harmonia da sociedade, para o bem-estar dos seus pais e para o desenvolvimento do nosso país. Sem vidas humanas não se pode promover o bem-estar nem o desenvolvimento. Queremos que este Centro de Apoio à Vida tenha também uma função simbólica de despertar as consciências da população em geral e dos nossos governantes em particular para a amarga realidade da diminuição e envelhecimento da população, que se vive nas regiões do interior. Senhoras e senhores, o projecto A VIDA NASCE enquadra-se neste contexto. É motivo de alegria e de esperança ver esta casa quase pronta para ser habitada pelas pessoas para quem foi pensada. O dia em que esta casa for habitada pela primeira criança nascida de uma mãe a quem aqui foi dado apoio, será um dia de festa para o Centro e espero que seja também para a cidade de Portalegre. A terminar deixo aqui um veemente apelo a todos aqueles e aquelas que amam a vida e gostam de viver para que ajudem mais vidas a nascer. Esta obra vai por à prova a generosidade, o sentido ético e o respeito que cada um tem pela própria vida e pela vida dos outros. Mas eu estou certo que se vai gerar uma enorme onda de solidariedade em volta do Centro de Apoio à Vida de Portalegre. Creio mesmo que será a menina dos olhos desta cidade. Portalegre, 30 de Novembro de 2007 + José Alves, Bispo de Portalegre-Castelo Branco

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