Centro Académico de Braga apresenta novidades aos universitários

Centro da Companhia de Jesus tem novo A programação para o ano lectivo 2006-2007 do Centro Académico de Braga (CAB) apresenta algumas novidades, das quais se destacam os encontros periódicos sobre a “Arte e Espiritualidade”, “Cristianismo e outras religiões” e “Controvérsias no cristianismo”. Desta forma, o novo director deste centro académico da Companhia de Jesus pretende dar «respostas diferentes» às questões levantadas pelos universitários bracarenses, que, «hoje, estão mais abertos a um outro tipo de reflexão e vivência religiosa». O padre Luís Ferreira do Amaral, que assumiu na passada quarta-feira os destinos do CAB, sente que «a comunidade estudantil está um pouco mais secularizada do que há sete ou oito anos atrás». O sacerdote licenciou- se há algum tempo em Filosofia na FacFil e admite que ainda não conhece muito bem a realidade académica e estudantil de hoje. Mas vai dizendo que, «tradicionalmente, as famílias desta região são mais religiosas, o que se reflecte, por exemplo, na sua prática religiosa dominical». «Sinto que os estudantes bracarenses de hoje estão mais secularizados. Vejo-os a levantarem mais questões e penso que se encontram abertos a um outro tipo de reflexão e vivência religiosa», explica o jesuíta, que lembra que, «até certo ponto, a religiosidade pode ser um caminho para aproximar mais a pessoa da mensagem cristã, mas também pode ajudá-la a afastar-se e a criar “anti- -corpos”». Para o religioso, o desafio passa por tentar usar no CAB uma «linguagem diferente » das expressões meramente ritualistas e tradicionais. «A cultura e a mentalidade mudam, o que obriga a uma apresentação diferente do Evangelho. Sabendo que o CAB é pequeno e reconhecendo que o meu antecessor, padre José Frazão, fez um óptimo trabalho, o mais prudente é seguir, para já, uma linha já pré-definida», afirma o padre Luís Ferreira do Amaral, que nasceu em Lisboa e, depois de licenciado em Engenharia Electrotécnica e de Computadores, decidiu dar «uma contribuição às pessoas que não tinham tido a mesma sorte de poder estudar e comer». Depois de uma experiência de voluntariado em Angola com os Leigos para o Desenvolvimento, optou por entrar na Companhia de Jesus. Coimbra, Braga, Roma e EUA foram etapas de um percurso académico que terminou há poucos meses. «Quando soube que viria para o CAB, fiquei, por um lado, bastante feliz, já que gosto do trabalho com universitários e os centros universitários da Companhia são locais onde se pode desenvolver muita da nossa criatividade. Por outro lado, confesso que fiquei algo apreensivo com o facto de saber que assumiria logo o cargo de director… trata-se da minha primeira missão em Portugal. Mas estou feliz por poder contribuir para suprir uma necessidade da Companhia», sustenta o presbítero, que chegou a leccionar na Universidade Católica de Angola. É precisamente esta identificação com o mundo académico-estudantil que faz com que o padre Luís Ferreira do Amaral aposte neste espaço de encontro e formação bracarense. A nova programação do CAB, disponível em breve no site http://cab.snao.pt, tem como grandes atractivos os encontros mencionados atrás. «“Arte e espiritualidade” serve para reflectir sobre o património artístico, teológico e espiritual riquíssimos da Igreja. Não sei até que ponto é que os cristãos tiram proveito dessa riqueza. Pretende-se, assim, “ler” e vislumbrar a mensagem cristã que está por trás de uma obra de arte concreta. A pintura, música, escultura, arquitectura, iconografia e poesia estarão presentes nas sessões, onde se tentará fazer a ligação entre a arte e teologia», explica o sacerdote, que refere que os encontros sobre “Cristianismo e outras religiões” procurarão «aprofundar o conhecimento sobre aqueles com quem partilhamos o mesmo planeta, que acreditam em algo diferente e que, por isso, também têm um modo diferente de encarar o humano e o divino». «“Controvérsias no Cristianismo” recorda que a história da Igreja nem sempre foi pacífica e linear. Houve questões que causaram rupturas. Tentaremos aprender com o debate que foi sendo amadurecido e desenvolvido ao longo de séculos», conclui.

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