Visita ao santuário da Cova da Iria vai marcar reencontro com a imagem venerada na Capelinha das Aparições
Lisboa, 09 mai 2017 (Ecclesia) – O Papa Francisco vai visitar o Santuário de Fátima a 12 e 13 de maio, numa viagem de 23 horas em solo português centrada na Cova da Iria, referência para várias intervenções e gestos, reforçados nos últimos dias.
O Vaticano já ivulgou a oração que o Papa vai fazer na Capelinha das Aparições, esta sexta-feira, na sua primeira intervenção pública em Fátima, pelas 18h15.
Francisco evoca a “Senhora da veste branca”, no local onde há cem anos mostrou “os desígnios da misericórdia do nosso Deus”, e apresenta-se como “bispo vestido de branco”.
“Seremos, na alegria do Evangelho, a Igreja vestida de branco, da alvura branqueada no sangue do Cordeiro derramado ainda em todas as guerras que destroem o mundo em que vivemos”, vai recitar o Papa.
A convite do presidente da República e dos bispos portugueses, por ocasião do Centenário das Aparições, Francisco vai tornar-se o quarto Papa a viajar até Fátima, num ano particularmente simbólico.
Esta segunda-feira, no Vaticano, o pontífice disse que vai trazer a Fátima uma mensagem de “paz e esperança”, durante um encontro com a comunidade do Pontifício Colégio Português de Roma.
Já no domingo, Francisco tinha convidado os católicos a rezar pela paz, evocando o centenário das aparições de Fátima e a sua próxima “peregrinação” a Portugal, por ocasião das celebrações do 13 de maio.
Um dia antes, o Papa recordou a mensagem de “penitência” e conversão” de Fátima ao nomear enviados especiais para as celebrações do centenário das aparições na Polónia e Cazaquistão.
A 5 de abril, na audiência geral, Francisco evocou a devoção de São João Paulo II por Fátima e o “triunfo do Coração Imaculado de Maria sobre o mal”.
Antes, a 22 de fevereiro, o Papa recordava o Centenário das Aparições: “Confiemo-nos a Maria, mãe da esperança, que nos convida a virar o olhar para a salvação, para um mundo novo e uma nova humanidade”.
As aparições na Cova da Iria têm sido uma referência de intervenções e gestos do Papa: Francisco pediu aos bispos portugueses que consagrassem o seu pontificado a Nossa Senhora de Fátima, o que aconteceu em 13 de maio de 2013, dois meses após a eleição do sucessor de Bento XVI.
A 12 de outubro de 2013, o Papa Francisco recebeu solenemente no Vaticano a imagem original de Nossa Senhora de Fátima, venerada na Capelinha das Aparições, tendo depositado um rosário a seus pés, como oferta pessoal.
A inédita deslocação da imagem, que pela primeira vez esteve fora da Cova da Iria numa peregrinação internacional aniversária, foi um pedido expresso de Bento XVI, Papa emérito, repetido por Francisco, integrando-se na Jornada Mariana do Ano da Fé.
A 13 de outubro, o pontífice rezou um “ato de entrega”, diante da imagem, no qual recorda o “amor de predileção” da Virgem Maria “pelos pequenos e pobres, pelos excluídos e sofredores, pelos pecadores e os de coração transviado”.
Antes, a 17 de março, quando presidiu pela primeira vez à recitação do ângelus, o Papa sublinhou a “misericórdia” de Deus evocando uma passagem da imagem da Senhora de Fátima pela capital da Argentina.
Francisco recordou então uma visita da imagem peregrina de Nossa Senhora de Fátima a Buenos Aires, em 1992.
O Santuário de Fátima recordou também o acolhimento dedicado pelo então arcebispo de Buenos Aires, D. Jorge Mario Bergoglio, noutra vista da imagem peregrina de Fátima, em 1998.
Nos últimos anos, o Papa recordou por diversas vezes a memória das aparições de Fátima, como aconteceu a 13 de maio de 2015, junto de uma imagem de Nossa Senhora, convidando os católicos a manter viva esta devoção: “Neste dia de Nossa Senhora de Fátima, convido-vos a multiplicar os gestos diários de veneração e imitação da Mãe de Deus”.
Em 2016, o Papa evocou no dia 11 de maio as aparições marianas na Cova da Iria: “Nesta aparição, Maria convida-nos mais uma vez à oração, à penitência e à conversão”.
Francisco recordou alguns dos conteúdos centrais das aparições aos três videntes, os Beatos Francisco e Jacinta e a irmã Lúcia, que tiveram lugar na Cova da Iria entre maio e outubro de 1917.
“[A Virgem Maria] pede-nos para não ofendermos mais a Deus; adverte toda a humanidade sobre a necessidade de abandonar-se a Deus, fonte de amor e de misericórdia”, assinalou.
OC