Católicos tentam seduzir as grandes cidades

Congresso Internacional da Nova Evangelização Católicos de toda a Europa continuam a percorrer as ruas de Paris numa grande operação de Nova Evangelização da Cidade, na qual se percebe a mudança de paradigma nas relações entre a Igreja e a Sociedade. As cerca de 500 manifestações que, de 23 de Outubro a 1 de Novembro, fazem da capital francesa a cidade do Evangelho dão vida à segunda etapa do Congresso Internacional da Nova Evangelização (ICNE), que já fascinou Viena e que, em 2005, vai desafiar os portugueses, em Lisboa. D. Jean-Yves Nahmias, responsável pela organização do Paris-Toussaint 2004, há um novo élan missionário na Igreja Católica que justifica esta iniciativa. “Viuvemos num tempo novo, em que os nossos contemporâneos são profundamente ignorantes sobre os aspectos mais elementares do Cristianismo, mas estão também profundamente atentos à Igreja”. A resposta dos Cardeais de Lisboa, Paris, Viena e Bruxelas quer criar novas estratégias para fazer face às novas características da vida na cidade, tão distantes da ruralidade paroquial que marcou a vida da Igreja ao longo de séculos. De entre os grupos que se mobilizaram para esta etapa francesa do ICNE, a Comunidade Emanuel merece destaque. Verdadeiros especialistas da evangelização de rua, esta comunidade está encarregada da coordenação internacional do Congresso. Os cerca de 3 mil participantes no Congresso ajudam a levar a Boa Notícia de Jesus a Paris partindo ao encontro dos seus habitantes, promovendo conferências, debate e encontros culturais, lançando projectos para crianças, jovens e adolescentes, abrindo as portas das igrejas para rezar e celebrar, animando a cidade com exposições e concertos. Encontro entre Religiões e Culturas A Nova Evangelização face ao indiferentismo e ao pluralismo religioso foi o tema de fundo da terceira jornada de trabalhos do ICNE. O mundo urbano é cada vez mais marcado pelo encontro de diversas religiões e culturas, situação em que o Catolicismo deixou de ser dominante e é questionado duramente pelo cepticismo, o relativismo e a indiferença dos que vivem nas cidades. Na conferência desta manhã, em Notre-Dame, o Pe. Enzo Bianchi, prior do Mosteiro de Bose (Itália) justificou a necessidade de se evangelizar com a descoberta do amor de Deus por toda a humanidade. “O amor é contagioso”, referiu. O sacerdote referiu que os católicos devem prestar uma atenção especial à “indiferença dos que estão desiludidos com o fim das ideologias, dos ex-crentes que viram as suas expectativas de renovação eclesial frustadas, do homo tecnologicus convencido de que pode dominar tudo com a tecnologia”. “Porque é que o Cristianismo cessou de se revelar como interessante aos olhos de tantos?”, interrogou. Em relação ao pluralismo religioso, o conferencista destacou que o encontro entre religiões não decorre através de seres abstractos, “mas através de homens e mulheres que pertencem a tradições religiosas bem determinadas e para quem esta pertença constitui um aspecto dentro da sua identidade, múltipla e não monolítica”. “Os cristãos devem aprender a criar espaços de vida e acolhimento, para edificar uma cidade que seja mais do que multicultural e multireligiosa, ou seja, inter-cultural e inter-religiosa”.

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